Analisam o forte impacto das TI nas organizações de saúde

Generales

 

Por Fernando Gámiz

A segunda edição do FORUM IT Saúde, organizado por USUARIA (Associação Argentina de Usuários da Informática e das Comunicações), foi realizada dia 5 de junho, pelo segundo ano consecutivo, no Hotel Emperador, com o objetivo de compartilhar conhecimentos e discutir como implementar o uso das tecnologias para reduzir custos e proporcionar um melhor atendimento ao paciente.

A abertura, feita por Juan José Dell’Acqua, Diretor Ejecutivo de USUARIA,  e por Eduardo Del Piano, Gerente de Sistemas da Swiss Medical Group, foi o início de uma jornada que reuniu mais de 150 profissionais da saúde interessados por enriquecer seus conhecimentos sobre a E-Saúde.Os oradores foram representantes da Argentina e do exterior. Da Argentina, as instituições e empresas que se apresentaram foram o Centro de Proteção de Dados Pessoais da Defensoria da Cidade de Buenos Aires, o Hospital El Cruce, o Hospital Italiano, Telefônica, Philips e IBM; do Brasil foram expositoras a BT Global Services, a Academia de Medicina do Rio de Janeiro e do México e SAP Solutions Manager.

A sensibilidade dos dados na informação de saúde

O ciclo de oradores foi inaugurado pela Chefe do Escritório de Registro do Centro de Proteção de Dados Pessoais da Defensoria da Cidade de Buenos Aires, Inés Tornabene, quem compartilhou a importância de proteger e cuidar da privacidade e intimidade dos dados pessoais de um paciente. Segundo Tornabene, a base de dados de saúde são as mais sensíveis, por isso merecem um maior resguardo legal. “A informação gerada no ambiente da saúde está protegida penalmente pelo segredo profissional; civilmente, pela lei de proteção de dados (Lei 25.326); e especificamente, pela lei de Direitos do Paciente em sua relação com os profissionais e instituições de saúde (Lei 26.529)”, explicou.

Rumo a soluções provadas e customizáveis

Uma das chaves para crescer na implementação das tecnologias da informação é contar com provedores que cumpram as expectativas e os requerimentos de cada organização de saúde à sua medida e com soluções customizáveis.

Nisso coincidiram os expositores das empresas provedoras, aqueles que se esforçaram em destacar seu compromisso com a satisfação de cada cliente em particular.

Juan Manuel Aguilar, e-Health Business Developer Expert da Telefônica Digital descreveu as soluções que a companhia oferece para a prestação de serviços de medicina à distância.

Aguilar apresentou uma solução que oferece ao paciente a oportunidade de auto examinar-se e enviar, automaticamente, os resultados ao seu médico de família. “Este programa equipado com dispositivos móveis, tablets e equipamentos de Biomed com bluetooth, facilita o atendimento ao paciente e evita gastos”, destacou.

A solução é uma ferramenta feita para evitar, entre outras coisas, a longa espera na hora de obter turnos a fim de realizar consultas médicas, devido à escassez de profissionais.

Por outro lado, a Philips também participou através de seu Gerente Geral de Informática Clínica e Soluções Integradas, Solange Plebani, quem garantiu que além de suas soluções de PACS, pelo qual a companhia é reconhecida em toda a região, a empresa já trabalha em desenvolvimento de sistemas hospitalares (HIS) no Brasil e seu objetivo é trazer esta solução para a Argentina.

A executiva também destacou que a Philips Informatics é capaz de adaptar todos os seus softwares às necessidades de cada cliente: acredita mais de 5.000 customizações de softwares e tem na América Latina um total de 480 centros de suporte para seus usuários de clinical informatics.

Por outro lado destacou como caso de sucesso o de seu cliente brasileiro Hospital São Vicente de Paulo, que tem demonstrado em um ano um aumento de 130% de lucro a partir da implementação do HIS da Philips. Na Argentina, como Matías Said coincidiu em mencionar em sua exposição, a empresa provê as soluções de imagem para o hospital informatizado El Cruce.

Em sua exposição, Marcos Mandarano, Product Manager Media and Broadcast da BT Global Services, procedente do Brasil, apresentou os avanços sobre a Tecnologia RFID que permite a identificação de pacientes assim como de equipamento médico, ilustrando sua exposição com o caso do complexo hospitalar Worcestershire Hospital.

A instituição do Reino Unido que inclui uma rede de 3 hospitais interconectados implementou as soluções BT para a identificação e traçabilidade tanto de pacientes como de equipamento médico, detalhou o executivo.

Mandanaro também destacou com dados eloquentes que o futuro da medicina avança cada vez mais rumo à possibilidade de controlar o fornecimento de medicamentos, o traslado e localização dos pacientes, assim como o equipamento que se utiliza em todos os tratamentos médicos, com a possibilidade de reduzir risco humano, adulterações e muitas das complicações inerentes à prática do atendimento à saúde. Nesse sentido, destacou que no mundo, no ano de 2012 o mercado global de tecnologia RFID mobilizou 8,4 bilhões de dólares.

Com o objetivo de expor a construção de um ambiente inovador para os serviços de Saúde, o diretor de Serviços de Tecnologia da IBM, Roberto Cruz, enfantizou que a chave para o sucesso em conseguir uma maior eficiência está em otimizar os recursos de TI.

«»A tecnologia móvel é um fator importante para a saúde digital e hospitais digitais que podem melhorar a qualidade do atendimento através de uma maior colaboração»», garantiu. Também fez referência a dois processos úteis: administrar os dispositivos móveis para implementar soluções de e-saúde que proporcionem acesso aos sistemas de informação existentes por um lado, e por outro construir centros de dados mais flexíveis com custos mais eficientes para suportar as necessidades de atendimento ao paciente.

Italiano e El Cruce: os hospitais sem papel

O Chefe do Departamento de Informática em Saúde do Hospital Italiano, Daniel Luna, proporcionou uma exposição sobre terminologias e padrões em tecnologias da informação de saúde.

O Hospital Italiano leva 15 anos desenvolvendo o serviço de Terminologias e Padrões em E-Health para facilitar a comunicação entre os profissionais da saúde.

Hoje já não se discute, afirmou, a eficácia de Snomed CT como ontologia médica, porque é uma “terminologia ontológica viva” que se atualiza a cada seis meses graças a que possui um representante na região, Guillermo Reynoso, formado no Italiano e hoje é o responsável por identificar o espectro completo da linguagem utilizada pelos médicos, o qual evolui constantemente.

“Há mais de 15 formas de nomear uma hipertensão”, destacou Luna e Snomed, mediante a sua possibilidade de que cada usuário incorpore um tesauro dinâmico com as terminologias mais utilizadas pelo corpo médico de sua própria instituição, permite que seja qual for o texto que cada profissional escolher, o software o reconheça e o incorpore ao prontuário médico eletrônico, como válido.

Os dois conceitos fundamentais do uso de terminologias estão constituídos pelo narrativo e pelo estruturado, afirmou.

O profissional, ou melhor, o usuário do sistema clínico deve poder contar com a liberdade narrativa que lhe facilite o ingresso da informação e o ingresso estruturado dos dados mediante interfases estruturadas.

O outro hospital modelo de informatização em nosso país é El Cruce, situado na localidade bonaerense de Florencio Varela e reconhecido como um dos cinco melhores hospitais públicos da América Latina.

O coordenador da Área de Sistemas de Informação Gerencial, Matías Ibrahin Said, analisou como chegou a ser um hospital exemplar na incorporação de E-Health na Argentina.

Segundo informou Said,  90% dos pacientes no El Cruce são derivados de outros integrantes da rede de hospitais, já que esta instituição brinda serviços de alta complexidade. O hospital foi informatizado desde sua abertura em 2009 e está completamente informatizado como parte de sua estratégia fundacional.

A aposta na gestão dos processos clínicos e de apoio está baseada em um modelo de atendimento progressivo”, enfatizou e destacou que todo o trabalho da área de TI está destinado a dotar os profissionais médicos de instrumentos que lhes facilitem a análise e a  intervenção para a tomada de decisões.

Um dos objetivos nos quais trabalharão este ano, pontualizou Said, é integrar os prontuários médicos com os outros dos hospitais da rede pública da zona.

Preparados para o Uruguai

Em diálogo com a EHealth Reporter Latin America, o diretor executivo da USUARIA, Juan José Dell´Acqua, analisou a segunda edição do Fórum: “Neste ano consolidou-se o sucesso da primeira versão realizada em 2012, com assistentes de primeiro nível e oradores internacionais acorde ao desafio»».

Também informou que o comitê acadêmico conformado pelos principais CIO da indústria de IT Salud aumentou seu número de participantes com respeito ao ano passado, o que demonstra o interesse dos líderes do setor em contar com espaços de debate, encontro e intercâmbio profissional.

Por essa razão, adiantou, o Fórum será levado ao Uruguai em outubro, em sua primeira saída ao exterior.

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