A principal barreira com a qual nos encontramos é a falta de experiência com a tecnologia 

Entrevistas

Por Fernando Gámiz

Myrna Marti é Assessora Regional na Gestão do Conhecimento e Cooperação Técnica da Organização Pan Americana da Saúde, e na Argentina se dedica a temáticas relacionadas com a e-Health.

Em conversação com a E-Health Reporter Latin America durante o CAIS 2013, descreve o trabalho da OPS nos diferentes países da região. 

Na hora de implementar um mesmo projeto em diferentes países,  como a OPS se adapta às diferenças culturais?

Aí é onde os Ministérios de Saúde possuem uma parte muito importante, já que são os que realmente conhecem a região. Realizam capacitações virtuais para o uso do sistema; aos usuários de nossas soluções os preparam seus ministérios. De todas as formas, deve-se pensar que não é o paciente quem faz a consulta, quem faz a consulta é o médico ou o doente ou o agente sanitário, que já tem uma obrigação institucional, ou seja, que já tem uma relação institucional mais além do cultural. 

Que barreiras encontram nas diferentes regiões onde a OPS intervém?

A principal barreira com a qual nos encontramos é a falta de experiência com a tecnologia. Pode ser que haja um profissional que tenha um telefone muito velho, e a esse médico há que capacitá-lo também no que tem a ver com os benefícios da tecnologia. Fazemos todo um trabalho de conscientização.

Como você avalia o acesso à informação que há na Argentina?

Acho que na Argentina uma das áreas mais evoluídas é a de acesso à informação. Nós temos um movimento muito grande de acesso aberto. O acesso à informação em saúde é muito importante, sobretudo pelo CONICET. No hospital Garrahan estamos bastante avançados em telemedicina; e em gestão destaca-se El Cruce.

E qual seria o ponto fraco?

Nós estamos fracos em interoperabilidade, porque existem desenvolvimentos isolados permanentemente. Mas isso é em nível regional. Contudo, há países como o México, por exemplo, que tem legislação para a interoperabilidade. Igualmente, com um estudo que vamos realizar agora, vamos saber especificamente como está a realidade de interoperabilidade na região. 

Uma das funções da OPS é fortalecer a produção e incentivar o uso das soluções e-health, como trabalham para lográ-lo?

Tratamos de ser um organismo catalisador; temos a necessidade de compartilhar o conhecimento, compartilhar informação. Apontamos muito ao fortalecimento do desenvolvimento do conhecimento científico, porque a verdade é que se produz muita informação na região, mas não tem ninguém que faça um repositório ou que o tome como um patrimônio. Então nos parece que através das TICs se pode gerar muita aprendizagem, através dos sistemas de informação como geradores de conhecimento.

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