Os apps web de autogestão são suficientemente efetivos?

Movilidad (mHealth)

Por Fernado Iván Gámiz

Investigadores da Universidade de Maastricht realizaram um estudo, financiado pela Organização Holandesa para Investigação e Desenvolvimento em Saúde (ZonMw), que tem como objetivo medir a viabilidade de implementar o aplicativo web MasterYourBreath na autogestão de pacientes com EPOC (enfermidade pulmonar obstrutiva crônica).

«»Os aplicativos eHealth têm um grande potencial para impactar na saúde dos pacientes e melhorar o atendimento à saúde. No entanto, ainda não há provas concluintes de sua eficácia nem da relação custo-benefício que implicam. E se bem estão desenvolvendo muitos aplicativos de saúde com diferentes propósitos e para diferentes populações, frequentemente enfrentam vários problemas de implementação. Por isso é importante investigar como podemos torná-las mais atraentes e benéficas para os pacientes e para os provedores»», afirmou à E-Health Reporter Latin America Viola Voncken-Brewster, uma das autoras do estudo da Universidade de Maastricht.

Vale recordar que a EPOC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos países desenvolvidos. E como não é uma enfermidade reversível por completo, os médicos afirmam que a autogestão e o autocuidado do paciente são fundamentais para tratar e prevenir a progressão da doença.

Viola Voncken-Brewster referiu-se à investigação e explicou: “O estudo nos proporciona lições para aprender e poder otimizar a integração de uma ferramenta de autogestão na atenção primária, a fim de melhorar o autocuidado dos pacientes com EPOC”.

Onze pacientes, recrutados por três enfermeiras, utilizaram MasterYourBreath entre uma e sete vezes. A maioria acreditou que o aplicativo apoiava a autogestão, mas o interesse na mesma diminuiu após vários usos. Além disso, devido ao pequeno tamanho da mostra, não foi possível determinar o impacto na saúde dos pacientes. 

Por sua vez, logo após a experiência, as enfermeiras informaram que o app brinda benefícios para as organizações sanitárias e fizeram sugestões em pró de otimizar o uso dos informes.

«»Acho que há vários fatores que podem aumentar o interesse dos pacientes em longo prazo. Por exemplo, lembretes mais efetivos, a possibilidade de que os pacientes possam realizar o acompanhamento de sua conduta e suas metas ao longo do tratamento, e as atualizações periódicas no site poderiam contribuir para aumentar o uso do aplicativo. Deve-se ter em conta que o aplicativo está baseado na web, por isso não é adaptável para tablets ou smartphones. Desenvolver o app para tablets e telefones inteligentes poderia ajudar a adesão dos usuários»», argumentou Voncken-Brewster.

Também detalhou que o aplicativo e-Health incluiu um questionário que captava informação demográfica sobre as condutas relacionadas com a autogestão -deixar de fumar, atividade física e adesão à medicação-, os determinantes e as recomendações das enfermeiras. 

Para melhorar o funcionamento e a efetividade do app, realizaram entrevistas com enfermeiras e pacientes voluntários. Por sua vez, calcularam as estatísticas descritivas para os dados quantitativos e se utilizou a análise de conteúdo para processar os dados qualitativos.

Por último, Viola Voncken-Brewster comentou que realizaram mudanças no aplicativo e no armado da investigação em base aos resultados deste estudo piloto. Além disso, efetuaram um novo teste controlado e aleatório. Atualmente, Viola e sua equipe da Universidade de Maastricht  trabalham em um paper que analisará os resultados desta nova versão.

Clique aqui para ler o informe completo.

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