O maior desafio não é a tecnologia, é a gestão da mudança 

HIMSS Latin America

O doutor Donald Kosiak é o diretor médico executivo da Avera eCARE. Esta iniciativa, que faz parte da Avera Health, leva adiante um dos programas de telemedicina mais importantes dos Estados Unidos. De fato, atualmente, presta serviços eHealth em uma área de quase 900 mil quilômetros quadrados.

A poucos dias de sua dissertação na Conferência e Exposição Anual de HIMSS, Kosiak repassa o trabalho da organização em zonas rurais e antecipa sobre o que falará na versão latino-americana do encontro. 

Dentro de Avera Health, quais são as inovações tecnológicas mais recentes em matéria de assistência?

Durante os primeiros vinte anos de Avera eCARE, o eixo esteve posto nas práticas clínicas e hospitalares apoiadas na telemedicina. Nos últimos anos, em contrapartida, começamos a conectar-nos com domicílios e localidades não tradicionais. Um exemplo desta tarefa é a capacitação sanitária, que utiliza aplicativos móveis para a gestão da obesidade e da diabete, ou o uso de aplicativos em casos de urgência desde qualquer dispositivo, seja online ou móvel.

Começamos, também, a desenvolver uma equipe de transição para concentrar-nos nos membros mais vulneráveis de nossa população: as pessoas idosas. Criamos uma equipe de geriatras, farmacêuticos, clínicos e enfermeiros para facilitar a passagem do hospital ao lar; isso nos permite administrar melhor as necessidades imediatas com uma equipo de assistência especializada para manter os idosos saudáveis e fora do hospital. Esse programa chama-se eLTC e conecta os pacientes com os prestadores de serviços do hospital virtual de Avera eCARE usando uma tecnologia de telemedicina audiovisual e bidirecional. Com a ajuda da equipe da unidade, o eLTC pode avaliar com precisão as condições dos pacientes a centenas de quilômetros de distância. 

Quais desafios tiveram que enfrentar?

O maior desafio, surpreendentemente, não é a tecnologia; hoje podemos conectar-nos com pessoas do mundo inteiro sem nenhum esforço. O maior desafio é a gestão da mudança, ou seja, ajudar os pacientes e profissionais sanitários para que aprendam a fazer coisas de forma nova e inovadora. O segundo desafio mais importante é o licenciamento e o cadastramento dos médicos quando começam a cruzar as fronteiras: quanto mais se ampliam os processos regulatórios da prática médica, mais se limita a adaptação e o uso da plataforma de telemedicina.

Tendo em conta a quantidade de zonas rurais que há na América Latina, que estratégias IT podem ajudar para que a região proveja uma assistência sanitária melhor?

A Avera começou a incursionar na telemedicina com o objetivo de cuidar os pacientes rurais. Acreditamos firmemente que a geografia não deve ditar a eficácia sanitária ou o acesso a profissionais, mas é certo que as grandes distâncias entre os hospitais e os especialistas começaram a afetar a qualidade do atendimento oferecido. Por isso apoiamos os profissionais médicos com planos de assistência e planificação logística através de unidades fixas e móveis localizadas nos estabelecimentos sanitários; inclusive ajudamos muitas clínicas rurais proporcionando-lhes consultas com médicos especialistas para evitar que os pacientes se trasladem de seu lugar de residência. E por consultas de menor urgência, também, temos ofertas diretas ao consumidor que permitem que qualquer paciente acesse um médico “sob demanda” mediante um computador ou um smartphone.

Atualmente, a Avera presta serviços de telemedicina em uma área de quase 900 mil quilômetros quadrados. De fato, temos planos de duplicar essa cifra nos próximos dois anos e isso nos impõe o desafio de alcançar as áreas rurais e fronteiriças.

Quais temáticas serão abordadas em sua apresentação na Conferência e Exibição Anual da HIMSS Latin America?

Vou dissertar sobre as melhores práticas de telemedicina que desenvolvemos ao redor do mundo e a compartilhar alguns acertos e desacertos que costumam ocorrer no desenvolvimento inicial de um programa de telemedicina. Também vou falar sobre o impacto clínico e financeiro destes projetos e, finalmente, sobre os futuros usos da telemedicina.

DADO: O debate do Dr. Donald Kosiak será na quarta 4 de novembro de 16:15 a 17 horas na conferência da HIMSS Latin America. A inscrição ao evento pode ser feita aqui.

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