Essa foi uma das conclusões de um painel focado em empresas que oferecem serviços na Colômbia. Também foram apresentados cases de sucesso e modelos de gestão de tecnologia aplicada à saúde, em busca do bem-estar dos pacientes.
Por Angela Sanchez T.
Os representantes de importantes e diversas empresas do setor, nacionais e estrangeiras, multinacionais e startups, concordaram em avaliar as oportunidades comparativas oferecidas pelo mercado colombiano e destacaram os avanços em saúde digital registrados na Colômbia.
Da mesma forma, identificaram como maior desafio a adoção e atualização de marcos regulatórios ágeis que facilitem o trabalho das empresas, ao invés de dificultar.
Alfredo Almenares, Diretor Médico e Clinical Safety Officer da InterSystems, falou numa conferência intitulada «Do paciente ao financeiro, alinhando incentivos através de uma história de sucesso (Coordinate my Care, U.K)», na qual, como explicou, «sem um modelo financeiro, não há interoperabilidade que funcione» e, por isso, a gestão deve visar também a sustentabilidade econômica. O executivo assegurou que «a tática sem estratégia é o caminho mais seguro para o fracasso no setor da saúde».
«Quando você tem os três atores da saúde alinhados (paciente, prestador de serviço e pagador) o retorno do investimento aumenta, os casos de sucesso são alcançados, o modelo cresce, se espalha e é replicado».
Tais foram as condições atendidas no caso «Coordinate my care, U.K» descrito em sua apresentação, onde o retorno do investimento foi de 44 vezes o investimento inicial.
Outra interessante história de sucesso foi descrita durante o evento por Harry Loboa, Healthcare Leader for Latin America da Amazon Web Services (AWS). É o caso do Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS).
Loboa focou sua apresentação em três pontos: as contribuições da Amazon Web Services nas questões de saúde, a estratégia de interoperabilidade de dados no Sistema Único de Saúde brasileiro e, por fim, fez um call to action.
O caso demonstra como «a tecnologia, especialmente a computação em nuvem, tem potencial para ajudar a resolver problemas grandes e complexos». Diante do crescimento exponencial de dados no setor de saúde, os serviços em nuvem oferecem vantagens como economia de custos, agilidade, elasticidade e maior volume de armazenamento, explicou.
A AWS está interessada em usar a tecnologia para ajudar o setor de saúde a atingir suas metas de segurança, equidade, eficácia, eficiência e pontualidade. Ela oferece «uma plataforma tecnológica que pode ser usada para criar soluções que melhorem a experiência do paciente e encontrem eficiência operacional ou clínica, de forma que o paciente seja colocado no centro do sistema».
A empresa também oferece um programa no qual as organizações têm acesso a até US$ 40 milhões em créditos promocionais em treinamento para promover a equidade e reduzir as desigualdades em saúde. Da mesma forma, busca treinar 29 milhões de pessoas em todo o mundo para desenvolver habilidades na nuvem.
Da mesma forma, durante o evento, diversos porta-vozes de empresas participaram do Painel “Soluções de Tecnologia da Informação para a Saúde”, moderado por Guillermo Borel, coordenador de Health 2.0 para a América Latina, e com a participação das especialistas colombianas Ana María Vesga, Vice-Presidente de Saúde da Associação Nacional de Empresários da Colômbia (ANDI) e Ximena Duque, Presidente Executiva da Fedesoft.
Para o médico Jesús Fonseca, Sales Manager da Dedalus, “a melhor forma de as empresas contribuírem é apostando no país e no seu Sistema Nacional de Saúde. Isso não é perfeito, mas é muito melhor do que pensamos e é um dos mais avançados da região”, disse.
“A segunda maneira de contribuir – acrescentou – é que as empresas se associam aos nossos pares. Por que se há algo que deve ser colaborativo hoje, é a tecnologia. Somos concorrentes, mas também “coocorrentes”, colaboradores. Não existe um cliente ao que possamos satisfazer todas as suas necessidades e podemos associar-nos a outras empresas que prestam serviços complementares.
A terceira contribuição seria trabalhar em conjunto para promover a atualização do marco regulatório nacional, um desafio para as multinacionais que encontram milhares de regras de negócios atrasadas na Colômbia diante das novas urgências globais e locais.
Por sua vez, Luis Fernando Ortega, representante da NUVU, uma das principais empresas parceiras da Amazon na América Latina, uma das contribuições das empresas para o ecossistema da saúde é “transmitir o entusiasmo que nos gera como companhia tecnológica a transformação que vemos no dia a dia a favor dos pacientes e dos profissionais de saúde. E também demonstrar como podemos integrar diferentes fontes de informação, fazê-las interoperar e juntar elementos clínicos com elementos sociais e demográficos que enriquecem imensamente o panorama. Por exemplo, cruzamos informações sobre a pandemia com dados do índice de pobreza multidimensional na Colômbia fornecidos pelo Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE)”.
Também podemos contribuir para resolver as principais preocupações: segurança, interoperabilidade, facilidade com que abordamos a tecnologia”, acrescentou.
Juan Camilo Villegas, Gerente Geral da Farmalisto e representante da Care24 e SmartDiabetes, considera que “a razão essencial para desenvolver a indústria da saúde é melhorar o bem-estar das pessoas e dos pacientes. Esse é o objetivo de todas as tecnologias.”
O executivo disse que iniciou sua empreitada de saúde com comércio eletrônico, receituário e produtos farmacêuticos. “Ao atender o público por telefone, começamos a entender que as necessidades das pessoas realmente vão muito além de um produto farmacêutico: o que elas precisam é de acesso a um atendimento integral e oportuno.”
Acrescenta que desta forma desenvolveram “uma plataforma de saúde integral com distintas tecnologias para desenvolver uma indústria de saúde mais proativa, que leva os pacientes a envolverem-se nas suas próprias doenças, a fazerem parte da solução e a evitar complicações que afetam o paciente e geram sobrecustos”.
Segundo o Dr. José Manuel Muñoz, Diretor Médico da empresa Aidicare, com sede no México, “A Colômbia é um dos países com maior projeção em saúde digital e nossa opção número um no mercado regional atual”.
“Oferecemos soluções tecnológicas em medicina para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e a tomada de decisão dos médicos. Somos uma startup, mas trabalhamos com os principais hospitais do país, pois fazemos tecnologia que faz sentido, visando solucionar seus problemas e não fingindo inventar o que foi inventado”, explica.