Soluções baseadas em inteligência artificial poderão ter um grande impacto na compreensão e solução dos problemas de saúde das mulheres. Uma chamada busca dimensionar diversos projetos na região.
Por Pablo Pereyra Murray
Numa região na qual predominam populações vulneráveis, a saúde das mulheres está particularmente ameaçada: gravidez adolescente, abortos sépticos, doenças de transmissão sexual, violência do gênero, partos prematuros, altas taxas de mortalidade materna e crianças com baixo peso ao nascer, entre outras coisas.
Soluções baseadas em inteligência artificial poderão ter um elevado impacto na compreensão e solução de problemas de saúde populacional desta dimensão, tendo em conta que em países de baixa ou média renda é também imperativo gerar evidências próprias sobre a utilização e escalabilidade destas soluções.
Neste contexto, o programa “Inteligência Artificial para a Saúde Global” do governo canadense, por meio do Centro Internacional de Pesquisa para o Desenvolvimento (IDCR), selecionou o Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria (IECS), com sede em Buenos Aires, Argentina, para liderar projetos de inteligência artificial que considerem a saúde reprodutiva, sexual e materna de mulheres e famílias na América Latina e no Caribe.
«Para tanto, o Centro de Implementação e Inovação em Políticas de Saúde (CIIPS), departamento do IECS especializado em inovação e políticas de saúde, criou o Centro de Inteligência Artificial e Saúde para a América Latina e o Caribe (CLIAS)», explica Cintia Cejas, especialista em gestão de projetos de saúde e coordenadora desta iniciativa.
Através do CLIAS foram identificadas mais de mil instituições potenciais em 25 países da região, foram recebidas 69 manifestações de interesse e finalmente 40 iniciativas que estão atualmente a ser avaliadas por um painel de 30 especialistas externos ao CLIAS.
“Em setembro saberemos quais projetos serão selecionados, que terão a duração de um ano e serão financiados, assessorados tecnicamente e supervisionados pelo CLIAS”, afirma Martín Saban, médico pesquisador do CLIAS.
As expectativas do programa incluem tudo, desde melhorar e chamar a atenção para a saúde das mulheres, até gerar evidências sobre o impacto das tecnologias baseadas em inteligência artificial na saúde das mulheres, promover soluções escaláveis para a região baseadas em inteligência artificial e estabelecer novas redes de colaboração entre instituições ligadas à saúde sexual/reprodutiva com os tomadores de decisão.
Fontes:
https://idrc-crdi.ca/en/initiative/artificial-intelligence-global-health