Por Rocío Bao
No relatório “Texere. Projeto de uma Escola de Liderança Enfermeiro”, María Teresa Soria Sarnago explica que seu projeto consiste em projetar uma escola de liderança para mandos de enfermagem. “Trata-se de uma proposta docente complementar que possibilite a formação dos profissionais e potencie suas habilidades, destrezas e atitudes”, afirma.
O estudo foi realizado como conclusão do Máster Universitário em Gestão de Cuidados de Enfermagem, oferecido pela Universidade Pública de Navarra (UPNA), Espanha, e consagrou uma qualificação de matrícula de honra.
Entre 2010 e 2012, Soria Sarnago foi subdiretora de Enfermagem do Complexo Hospitalar de Navarra e este cargo, adicionado ao seu trabalho como enfermeira, permitiu-lhe formular o relatório a partir da sua própria experiência.
Em seu estudo distingue minuciosamente as qualidades que deve forjar um líder na área da enfermagem, define o contexto econômico e social ao qual devem enfrentar esses trabalhadores, e argumenta os motivos pelos quais resulta indispensável potenciar o desenvolvimento das pessoas a partir da motivação, da confiança e do trabalho em equipe, já que estas redundarão em uma melhor qualidade de cuidados.
Por outra parte, avalia que o objetivo principal é capacitar as pessoas para que desde sua própria personalidade descubram os mecanismos que formam o líder, tendo em conta seus princípios, o ambiente, suas habilidades e suas motivações.
Também propõe que o bom funcionamento do Sistema Nacional de Saúde requer do exercício de uma liderança eficaz, pelo qual, expõe a crise que implica trabalhar como líder – fatores que desestabilizam os profissionais de enfermagem e que podem levar a sua demissão no trabalho, assim como também a falta de apoio formativo e ferramentas para suportar as exigências nos cargos de gestão-.
“Para o desenvolvimento do projeto baseei-me nas guias de boas práticas elaboradas pela Registered Nurses’ Association of Ontario (RNAO). Se o líder fomenta confiança, desenvolvimento do conhecimento, e trabalho em equipe, os profissionais se sentirão mais motivados e favorecerá a que os cuidados prestados sejam de maior qualidade. Ainda assim, se produzirá menor rotação de profissionais que também influirá diretamente na qualidade de cuidados prestada”, comentou Soria à E-Health Reporter Latin America.
Além disso, justificou as moções que a levaram a projetar Texere: “Esta é uma proposta que sugiro diante da necessidade detectada ao longo de minha experiência profissional – fundamentalmente nos últimos anos, que ocupei cargos em Direção de Enfermagem-, de dotar os profissionais de nossa organização de ferramentas necessárias para o exercício de uma liderança que fomente ambientes de trabalho saudáveis”. E acrescentou: “Muitos deles expressam a necessidade de formação para adquirir conhecimentos e habilidades para o desempenho de seu trabalho”.
Por último, a enfermeira destacou a importância que carrega investir em talento para desenvolver as capacidades profissionais e pessoais dos trabalhadores: “O desenvolvimento do talento dos profissionais garantirá que as empresas sejam lugares mais prósperos, fomentando a criatividade, a iniciativa e a inovação. Tudo isso conduzirá a um aumento da motivação dos profissionais”.
“Considero que a criação de uma escola de liderança enfermeira pode ser, ao longo do tempo, uma alternativa benéfica para a organização no exercício de uma liderança eficaz, e eficiente”, concluiu Soria Sarnago.
