Lembram-se do Google Health?

Columnistas

Dia 24 de junho de 2011 o Google anunciava oficialmente que abandonava a plataforma Google Health, um projeto de registro médico eletrônico que muitas entidades adotaram para seus empregados ou associados. Já passaram 3 anos de vida desde o seu lançamento público (2008) e 5 anos desde os primeiros testes (2006), mas todos fazem a mesma pergunta: por quê? A concorrência já lançou o anzol para os usuários do Google Health, e assim a Microsoft ofereceu a transferência de dados para a sua plataforma Microsoft Health Vault.

No entanto, é muito chamativo que o Google abandone um projeto que tanto deu o que falar. O Google Health tentou aproveitar uma lacuna no mercado oferecendo algo que todos os especialistas em saúde e Internet pediam e propunham: a possibilidade de trocar dados de saúde e de ter os dados acessíveis a qualquer momento. Logicamente, o objetivo final desde um ponto de vista comercial teve uma direção dupla: (1) que as grandes corporações, companhias de seguros e inclusive hospitais subcontratassem o serviço de prontuário médico do Google, (2) tentar obter algum benefício com os dados de saúde dos usuários. O que aconteceu? As empresas preferem desenvolver seu próprio sistema e, por outro lado, os pacientes confiam mais em sites como o
Patients Like Me ou Cure Together.

Talvez um erro no plano de negócios? O Google não soube colocar o seu produto no mercado? O cidadão médio da cessão de dados para grandes empresas prefere esperar até que seu prestador de cuidados da saúde proporcione este sistema. Outras vozes criticaram o caráter fechado da plataforma e insinuavam que se fosse uma plataforma open source, o futuro do Google Health seria diferente. Mesmo alguns artigos diziam em alto e bom som: «trusting proprietary health software vendors or services with critical health data is a bad idea».Talvez o Google conhecesse bem o modelo, mas se adiantaram no seu tempo, e não conseguiram ganhar a confiança do público. Além disso, chegaram a ter os dados, mas o que eles poderiam fazer com eles? E ainda, o sistema de saúde dos EUA não é exatamente um ambiente agradável para falar sobre compartilhar dados, quando a realidade é a existência de fornecedores fragmentados que nem sequer pensam que os seus sistemas podem «conversar entre eles».

No blog da Harvard Business Review apelam para a natureza 2.0 do Google Health, algo que soa estranho em uma empresa assim. Em seu post «What Google’s Quiet Failure Says About Its Innovation Health«, afirmam claramente: Simply put, Google Health was never a true Web 2.0 application. Google Health didn’t get better the more people used it. Google didn’t get smarter every time someone made a link or search. Google certainly didn’t ‘immediately act on that information’ to improve the Google Health user experiences. The real heart of Google Health certainly wasn’t a harnessing

Com certeza o Google não entendeu que se as pessoas cedem os seus dados de saúde, é porque querem obter algo mais, mas o Google Health nada ofereceu. Não houve visualizações, nem gráficos, nem possibilidade de conectar com outras pessoas com a mesma doença (no estilo do Patients Like Me), nem fóruns para aprender ou informações de valor agregado. Uma boa ideia com um mau desenvolvimento, ou um negócio que não entendiam. Provavelmente atacarão em breve novamente…’

Blog: saludconcosas.blogspot.com

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