Todos os estabelecimentos de saúde precisam ter cadastro no CNES

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Desde 2000, todos os estabelecimentos de saúde do país, incluindo os prestadores de serviços das operadoras de saúde, são obrigados a se cadastrar no Ministério da Saúde. A medida permitiu a concentração num único sistema de dados da rede de saúde pública e privada.

O CNES visa disponibilizar informações das atuais condições de infra-estrutura de funcionamento dos estabelecimentos de saúde em todas as esferas: federal, estadual e municipal. «»O cadastro serve hoje não só para pagamento das unidades públicas, como as conveniadas ao SUS, mas para um planejamento organizacional e para que qualquer gestor saiba qual é a sua demanda no município»», diz ele. André Dias diz que como a proposta é prestar assistência à saúde, seja na sua atenção primária ou mais especializada possível, ficou definido, pela Portaria 511 de 2000, que todos os estabelecimentos que tivessem qualquer atividade de atenção à saúde, seja através de um plano de saúde, seja pelo SUS ou pelo sistema privado, deveriam ser obrigadas a se cadastrar. 

No caso dos planos de saúde, pela Resolução Normativa 64 da Agência Nacional de Saúde, todos os prestadores das operadoras, como consultórios que realmente fazem o atendimento e participam de uma determinada carteira de um plano de saúde, devem ter o cadastro nacional de estabelecimento de saúde. Sem isso, não há como fazer ou renovar seu contrato.

Qualquer estabelecimento, ao se cadastrar, deve relacionar os profissionais que trabalharam no local, sejam da área da saúde ou da parte administrativa. Feito o cadastro, o município estabelece qual é a forma de cadastramento. O médico que tem um consultório, por exemplo, precisa entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde que vai explicar os procedimentos e formulários necessários para o cadastramento. Em seguida, um funcionário da secretaria faz uma visita in loco junto com a pessoa que preencheu a ficha para verificar se está tudo correto. Após instalado no sistema, o médico já sai com o código que será reconhecido pela rede do CNES.

Essas informações repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde ao CNES são atualizadas três vezes por semana. O que permite um monitoramento muito próximo do real retrato do sistema nacional de saúde. Hoje, há cadastrados no país mais de 169 mil estabelecimentos. Só em São Paulo, são mais de 37 mil. Especialidades, mais de dois milhões. Isso porque muitos profissionais da saúde têm vínculos distintos em locais diferentes. 

O cadastramento tem um aspecto relevante a ser observado: facilita e norteia as administrações municipais a elaborar políticas públicas. Ele comenta que pelo banco de dados é possível esquadrinhar os estabelecimentos de saúde, quantos há na cidade, sua distribuição geográfica, quem são os responsáveis pelos serviços de atendimento. A partir daí, definir estratégias de ação.

O Secretário Estadual da Saúde tem agora onde buscar informações para saber se há falta de leitos, em que unidade hospitalar e como suprir a carência. As informações no cadastro permitem mais claramente ao gestor fazer o reconhecimento do quadro da rede assistencial e suas potencialidades, a fim de auxiliar no planejamento em saúde, em todos os níveis de governo, bem como dar maior visibilidade ao controle social a ser exercido pela população. 

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