Um estudo realizado por científicos da Universidade de Pittsburgh (E.U.A) demonstra que as aplicações de saúde para tablets nem sempre são tão rigorosas como deveriam.
Pode ser que sejam mais baratas que uma consulta particular (a maioria das apps de saúde estão disponíveis gratuitamente ou se comercializam com baixos custos), contudo, não estão preparadas para substituir a consulta médica. E aqui nasce a confusão.
Atualmente, muitos usuários cometem o erro de substituir o diagnóstico de profissionais treinados com aplicações que prometem “telediagnósticos” e falham. Sim, falham.
No mercado existem aplicações simples que permitem “avaliar” pintas. O usuário só deve tomar fotografias e esperar o resultado do sistema informático, que analisará as imagens das pintas –de acordo com a aparência, a forma, o tamanho ou a cor- e as classificará como benignas ou suspeitas mediante um algoritmo. Mas falham.
Científicos da Universidade de Pittsburgh (E.U.A) analisaram 188 imagens reais -60 de pacientes com melanoma e 128 de pacientes sãos- com quatro aplicações diferentes de Dermatologia.
O resultado fala por si só: três de cada quatro apps se equivocam e detectam incorretamente mais de 30% dos melanomas; ou seja, consideram benignos casos de câncer de pele.
O erro radica em que poucas aplicações contam com o respaldo de um grupo de dermatologistas credenciados. De fato, dado que não há um regulamento legal vigente, dificilmente são controladas pelas autoridades de saúde.
Na revista JAMA Dermatology, os autores reconhecem o potencial destas aplicações na hora de gerar mais consciência nos pacientes; porém, também advertem que utilizar as apps de Dermatologia para substituir a visita a um dermatologista especialista pode atrasar um diagnóstico correto e colocar em perigo a vida de pacientes com câncer de pele.
Fonte: Revista JAMA Dermatology