É importante promover a relação entre a prescrição farmacológica e a ficha eletrônica do paciente 

Entrevistas

Por E-Health Reporter Latin America

Paul Bonnet é Licenciado em Direção e Administração de Empresas e atualmente se desempenha como Diretor Geral da Vademecum Internacional, companhia líder em informação farmacológica.

Em uma entrevista exclusiva para a E-Health Reporter Latin America, comenta até onde se deve avançar com relação ao suporte à Decisão Clínica, propõe a filosofia dos projetos da multinacional, e destaca o papel dos serviços TI para melhorar a saúde.

A integração da informação farmacológica é um dos principais desafios na América Latina, que tipo de ações são tomadas perante esse desafio?

Em primeiro lugar, nos dedicamos de forma exclusiva à gestão e manutenção de informação sobre o medicamento. Além disso, nos enfocamos na prática clínica. O idioma e a localização desses dados nos dão um valor adicional, pois não existem empresas hispano-falantes que tenham investido significativamente para oferecer informação estruturada que se possa integrar em sistemas informáticos em castelhano e que, por sua vez, indexá-las nas vademécum locais de cada país.

Considera que um procedimento legislado contribuiria para reduzir os erros de medicação?

Evidentemente. Qualquer normativa vinculada ao manejo do medicamento será um incentivo para que os prestadores de saúde se informatizem e manejem bases de dados farmacológicas estruturadas. Como nossa base de dados maneja padrões internacionais interoperáveis, podemos conectar-nos com codificações próprias nacionais. A promoção da normalização dos conceitos relacionados com o medicamento demandada por várias instituições da área constitui sem dúvidas um forte empurrão. Contudo, é necessário materializar esta demanda em normativas oficiais para colocá-las em prática.

E a América Latina está preparada para isso?

Sim, eu acho que mais além do aspecto oficial, trata-se de um desafio humano. Minha conclusão é que a tecnologia existe, pois todos os provedores tecnológicos sabem integrar dados, a capa para interconectar existe, o conhecimento existe, mas o que falta é um esforço humano. A América Latina precisa de uma vontade política que ande de mãos dadas com a implicação dos gerentes, dos facultativos, dos parceiros tecnológicos, e uma vontade de liderança para que isso ocorra.

Neste sentido, que importância é dada aos processos TI?

Os processos TI mudam a nossa forma de trabalhar proporcionando vários benefícios sempre e quando os agentes envolvidos não sejam simples consumidores de tecnologia senão verdadeiros divulgadores ativos das vantagens identificadas e das que ainda faltam descobrir. 

A Vademecum Internacional está presente em regiões estratégicas da região, que impacto perceberam das TICs na e-Saúde?

O que estamos vendo é uma melhora no atendimento da saúde. Cada região, junto com os sócios tecnológicos, realizaram durante os últimos anos um aprendizagem baseado tanto em êxitos como em fracassos, e isso os converte em agentes mais conscientes das possibilidades que desejam priorizar no que se refere à e-Saúde. Agora é importante fomentar a relação entre a pré-inscrição e a ficha eletrônica do paciente. Temos que pensar até onde iremos com a digitalização do prontuário médico; os organismos precisam dar garantias de segurança para proteger a informação.

Durante a ExpoHospital 2013, no Chile, contaram a filosofia de alguns projetos nos quais a empresa participa…

Sim, todos os projetos compartilham a mesma ideia: melhorar os custos e otimizar a gestão. Fomos ao Chile com o objetivo de contar ao setor que existe uma solução para que os sistemas informáticos embebam uma base de conhecimento farmacológico que é atualizada, normalizada e interoperável. Também fomos para mostrar aos facultativos que nossas soluções integradas estão implantadas nos sistemas informáticos de Atenção Primária (como os casos do Centro de Saúde Dr. José Eduardo Ahues Salame e o Centro de APS de San Felipe – em ambos casos a integração da base de dados farmacológica fora realizada com o provedor Saydex e seu programa RAYEN-), e nos sistemas informáticos hospitalares (como o da Clínica Alemã). 

Até onde acham que se deve avançar para dar suporte à decisão clínica?

Embora as bases estejam firmadas e na América Latina já se é consciente dos benefícios que as TICs podem proporcionar na área da e-Saúde, para tornar realidade o desejo de um sistema de saúde informatizado necessitamos uma normativa e alguns decisores que apostem fortemente nestes produtos que garantem uma maior qualidade na gestão dos processos e uma maior segurança para pacientes e clínicos e, por sua vez, alguns profissionais clínicos envolvidos que conheçam as bondades destas novas tecnologias e estejam dispostos a difundi-las aos seus colegas. É importante conectar a ficha o expediente eletrônico com a prescrição farmacológica; só assim conseguiremos uma maior segurança tanto para o paciente como para o clínico.

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