Por Nicolás Parada
Na quinta-feira 19 de junho a Clínica San Camilo, da Argentina, recebeu oradores da área privada que dissertaram sobre os benefícios da implementação de RIS (Sistema de Informação Radiológica) e PACS (Sistema de Arquivo e Comunicação de Imagem).
O encontro “Experiências digitais: Casos práticos em projetos de imagenologia digital”, organizado pela empresa Carestream, dividiu-se em duas partes. A primeira contou com três oradores que explicaram os processos de implementação, desenvolvimento e seguimento de RIS/PACS nas organizações onde trabalham. A segunda baseou-sena experiência dos médicos, os quais relataram seu dia a dia com imagens digitais e explicaram como isso modificou seu trabalho equais deveriam ser os passos a seguir.
Karina Arcidiácono, coordenadora de projetos para o setor de Imagens do Grupo Swiss Medical, foi a encarregada de abrir o evento. Começou com uma breve resenha histórica e enfatizou problemas prévios à implementação de RIS/PACS em 2006, como a impossibilidade de realizar interconsultas com médicos especialistas e os problemas para o acesso rápido aos expedientes.
Segundo informou, os primeiros inconvenientes que a área de sistemas teve que enfrentar foi a resistência àmudança.“O médico não queria informar desde a tela senão que queria a placa”, explicou. Contudo, reconheceu que a partir da implementação de imagenologia digital aconteceram uma série de benefícios: mudouo fluxo de trabalho, o médico especialista pôde acessar imagens como acesso ao histórico clínico do paciente, ampliou-se a capacidade de armazenamento e centralizou toda a informação das clínicas que pertencem ao Grupo. Para o próximo ano, Swiss Medical planeja publicar todos os informes na página web para que os pacientes possam acessar os resultados e diagnósticos de maneira mais fácil.
A seguir teve a palavra Eduardo Knoll, chefe de Sistemas de Diagnóstico Maipú, um centro especializado no tratamento de imagens. Com a implementação de RIS/PACS, os três centros que compõem a instituição geraram laços cooperativos que provocaram: uma melhora na distribuição do trabalho por especialidades, a interação entre os médicos da equipe, a redução do tempo de entrega de informes, e a fidelidadedos pacientes.
“Para 2016 queremos informar sobre a imagem, ou seja, que o informe não se faça como até agora, em um sistema de RIS e se vincule com a imagem, senão que se faça sobre a imagem mesma, para que fique totalmente ligada e seja impossível romper esse vínculo”, detalhou.
O economista Roberto Basso, administrador do serviço de diagnóstico por imagens da Clínica Allende, de Córdoba, explicou os resultados da implementação de RIS/PACS: “Atingiram as metas previstas em relaçãoaos investimentos e melhorou consideravelmente a qualidadeda informação de nossos sistemas para o seguimento de qualidade de atendimentoe o controle de gestão generalizada da informação. O fluxo de trabalho na clínica melhorou muitíssimo também”.
A segunda parte da exposição foi inaugurada pelo traumatologista Marcelo Figueroa do Sanatório Mapaci, de Rosário, que mostrou como se faz uma planificação de prótese de cadeira para um paciente com artrose como uso do software OrthoView.
“Desde o ano passado se implementouo sistema para realizar planificações pré-operatórias de praticamente qualquer cirurgia traumatológica onde se deva corrigir deformidades ou realizar implantes”, explicou apoiando-se emdiapositivas que mostravam os diferentes passos a seguir no uso do software.
Seguido, Antonio Moreno falou sobre o projeto que lidera na Clínica San Camilo como objetivo de digitalizar e integrar a informaçãoe as imagens. Neste sentido, realizou um breve percursoda situação prévia ao projeto e enfatizou o alto custo, a inacessibilidade para dispor da informação de pacientes e no espaço ocupado pelo arquivo. Assim como nos diálogos anteriores, mencionou a dificuldade de uma mudança cultural na organização com a digitalização das imagens. Por sua vez, informou quais são os primeiros benefícios que estão notando na clínica: economizar espaço e facilitar o fluxo de trabalho entre os diferentes departamentos, imprimir a demanda do paciente para melhorar custos, e ter disponibilidade online com acesso a qualquer médico.
O último orador foi o doutor e professor Carlos Díaz, quem contou sua experiência da gestão de implementação por processos na Clínica Sagrado Corazón. “Perante o risco e a incerteza há que manejar-se como conhecimento da evidência, a sensatez e a perseverança. Entender que é um processo que vinculamos a estrutura física, os recursos humanos, os processos e os resultados com um atendimento centradono paciente e na segurança. É possível corrigir um informe, mas o que não se pode corrigir são as decisões que se tomaram sobre os pacientes baseados em um pré-informe. O que nós brindamos são bens de confiança baseado na informação. As medidas de segurança devem ser parte da cultura organizacional”, concluiu.