Com o objetivo de aproximar a análise da diabete a zonas rurais e a comunidades indígenas do México, um grupo de investigadores está trabalhando para desenvolver um dispositivo que detectaria a doença com uma amostra de saliva e um celular.
A equipe interdisciplinar de profissionais, formada por especialistas em biotecnologia, enzimática e mobilidade, pertence ao Centro de Biotecnologia FEMSA do Tecnológico de Monterrey e à Universidad de Houston.
O dispositivo que está sendo criado funcionaria em base a biomarcadores alojados na saliva que podem ser correlacionados com o desenvolvimento da diabete e utilizaria duas ferramentas principais: a tecnologia enzimática -que permite detectar a presença do biomarcador- e uma plataforma muito flexível e pequena que poderia adaptar-se a um telefone celular.
“Tudo inicia com uma amostra de saliva. Há que separar contaminantes e colocar o biomarcador associado à diabete de maneira detectável. Vamos utilizar uma fosforescência que reaja perante a presença deste composto e que possa ser detectado através de uma câmera sensível que esteja montada nos celulares atuais”, explica o doutor Rito Palomares, diretor do Centro.
A motivação principal da construção desta ferramenta é obter um método de detecção da doença em zonas isoladas e comunidades indígenas, onde os procedimentos tradicionais não são viáveis. “Desenvolvemos algo que resulte menos invasivo que a extração de sangue e, sobretudo, portátil, econômico e que não demande de una cadeia de frio ou cuidado especial”, comenta Palomares.
A investigação está transitando seus primeiros doze meses de trabalho e projetam que para o fim do ano que vem haverá um protótipo para testar a funcionalidade. Somente após dois anos de testes, o dispositivo poderia ser produzido massivamente e ser comercializado.
Inicialmente está pensado para a detecção precoce da diabete, mas esta tecnologia poderia adaptar-se a biomarcadores que indiquem síndromes metabólicos, propensão ao colesterol e certos tipos de câncer.
DADO: Segundo a Federação Internacional de Diabete, 387 milhões de pessoas possuem a doença e para 2035, calculam que serão 592 milhões.
Fonte: Tecnológico de Monterrey