A hora dos e-pacientes

Entrevistas

 

 

Por Daniela Chueke

 

No início de 2009 formou-se, dentro do twitter um espaço para intercambiar informação entre usuários interessados na eSaúde, tanto médicos como pacientes à procura de respostas para diferentes doenças ou preocupações.

 

Assim nasceu o hashtag  #hcsm (Health Care & Social Media) liderado por Dana M. Lewis, quem ainda modera a versão  estadunidense dessa sala virtual de conversação. A partir dessa iniciativa, criaram-se diferentes canais regionais como o europeu (hcsmeu) e o latino-americano (hscmla), do qual Patrício Petracca, consultor internacional em HIS, atualmente trabalhando no Ministério de Saúde Argentina, é integrante ativo.

 

“Encontramo-nos virtualmente uma vez por semana para compartilhar opiniões e experiências sobre três temas que tenham sido propostos antes da reunião. Como em qualquer conversação, o número de participantes varia muito de acordo aos diferentes

tipos de salas, ao interesse que desperte o tema proposto, à dinâmica da moderação e também segundo o dia, mas o que nos motiva a continuar mantendo este espaço é que nos enriquecemos todos ao poder conhecer novos pontos de vista e poder expressar  com  liberdade (por mais que seja apenas em 140 caracteres) nossas ideias sobre a eSaúde e os diferentes projetos que vão surgindo”, destaca Petracca.

 

Com o estandarte das comunicações abertas e a gestão P2P -entre pares- a versão latino-americana surgiu dos médicos Valentina Jaramillo, Boris Groisman e Omar Andrade.

O objetivo? Brindar a oportunidade de dialogar sobre saúde com os usuários da América Latina interessados do twitter, os quais agora podem trocar informação sobre as problemáticas comuns na Região em una sala #hcsm própria.

 

Assim o #hcsmla nasceu, em outubro de 2010, ao qual Patrício se adicionou em maio de 2011, depois de ser contatado por Valentina através do Linkedin.

O crescimento foi impensado e hoje, com somente duas conversações porém com mais de 100 seguidores, posiciona-se como uma das iniciativas mais promissórias de Saúde2.0 em espanhol.

 

“A repercussão que está tendo no twitter é um sinal de que este é um espaço necessário”, assinala Petracca e aclara: “Tratamos de que não seja de colegas senão de e-pacientes. Sua participação é importante para que comece a mudar a relação médico-paciente. Mudar o paradigma de que o médico é médico e o paciente é paciente. Porque muitas vezes o médico é paciente também e nesses casos o colocam em uma situação de compreender melhor o outro lado da questão e quiçá poder relacionar-se de forma mais assertiva com os seus próprios pacientes”.

 

Mas o que significa e-paciente?

 

Aqueles que associem este termo à possibilidade de que uma pessoa, através das redes sociais, possa chega a substituir a relação com o médico, aceder a tratamentos e curar-se, devem saber que, ainda que em um futuro talvez isso seja possível, não é o espírito da comunidade hcsmla promovê-lo.

 

Com a “e” anteposta à palavra paciente, faz-se referência a um paciente participativo, seja através das redes sociais, portais e diferentes meios eletrônicos e também a um paciente apoderado.

 

O fato de que o paciente hoje em dia chega à consulta médica depois de haver realizado uma investigação na web, seja através de um buscador ou através de conversações em redes sociais, não ameaça a autoridade do médico nem põe em risco a sua função como agente da saúde.

 

Pelo contrário, segundo Petracca, o paciente apoderado é um aliado do médico, alguém que participa do seu próprio tratamento e é capaz de intervir de forma ativa em sua cura, na procura de respostas e na possibilidade de ajudar outros pacientes com preocupações similares.

 

É certo que essa mudança implica também uma reacomodação do médico que agora deve adaptar-se a responder perguntas novas por parte de seus pacientes, muitas das quais são apropriadas e muitas outras que evidenciam uma grande confusão e desinformação. “O que queremos é que os médicos sejam guias dos seus pacientes. Na internet há muita informação e um paciente não tem a capacidade de discernir o que é correto do que não é. Mas o certo é que os meios sociais podem favorecer o modelo de atendimento de saúde que promove e previne. A saúde baseia-se na promoção e prevenção e isso é possível lograr acessando conteúdos de boa qualidade”, conclui Petracca.

 

 

Como participar

Para unir-se à conversação #hcsmla basta ter uma conta no twitter. As conversações acontecem todas as terças-feiras de cada semana e o horário em função de cada país é:

 

Argentina 20:00 horas UTC -3h

Bolívia 19:00 horas UTC -4h

Chile 20:00 horas UTC -3h

Colômbia 18:00 horas UTC -5h

Equador 18:00 horas UTC -5h

México 17:00 horas UTC -6h

Paraguai 20:00 horas UTC -3h

Peru 18:00 horas UTC -5h

Uruguai 21:00 horas UTC -2h

Venezuela 18:30 horas UTC -4:30h

Espanha 24:00 horas UTC +1h

 

Mais informação em hcsmla.com e também seguindo @hcsmla no twitter.

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