“Empoderamos Anestesiologistas e levamos inovação às melhores instituições hospitalares e grupos de anestesia do Brasil”, diz o site da Anestech, startup que, entre outras coisas, criou o AxReg uma plataforma mobile-friendly para tablets que proporciona ao profissional anestesiologista documentar o procedimento anestésico de forma mais rápida, intuitiva, com armazenamento de dados em nuvem, análise de dados em tempo real.
A Anestech, que conto com o apoio do Hospital Albert Einstein através de sua aceleradora, Eretz.bio, da ACATE e de outros investidores que acreditaram no potencial da startup, foi criada por dois anestesiologistas brasileiros: Diógenes Silva e Leandro Nacsiutti. Eles entenderam não só que hoje 30-40% do tempo gasto pelo anestesiologista durante um procedimento anestésico seja preenchendo o registro de anestesia em papel, mas também a utilidade dos dados despejados nesses registros.
“O momento cirúrgico é o momento mais crítico da saúde das pessoas e o centro cirúrgico uma área tão complexa quanto uma operação de guerra. A ONU declarou em 2004 que para impactarmos a saúde da população globalmente, devemos promover cirurgias mais seguras, e até hoje os números de performance e controle de eventos adversos continuam altos”, explica Diógenes Silva em seu perfil da comunidade Startse , e acrescenta que “a auditoria cirúrgica faz com que hoje cada cirurgia seja um avião voando sem torre de controle, e o exemplo disso é que independente da maturidade digital das instituições, anestesistas ainda estão documentando o melhor e mais completo prontuário dos pacientes com dados fisiológicos e farmacológicos tomados minuto-a-minuto em papel e caneta”.
A maneira de documentar-se a anestesia foi criada há 120 anos e permanece basicamente igual, com a diferença que o número de dados documentados pelo profissional anestesiologista cresceu exponencialmente com os novos equipamentos de anestesia e monitorização. Esse documento, chamado de Registro de Anestesia ou Ficha de Anestesia é o conjunto de dados farmacológicos e fisiológicos do paciente durante a cirurgia e em conjunto com outras anotações realizadas pelo profissional anestesista, compõe a parte mais completa e minuciosa do prontuário do paciente.
No Brasil, apenas 0,2% das instituições hospitalares com centro cirúrgico possuem um prontuário anestésico 100% digital, e esse importante conjunto de dados ainda não recebeu o cuidado de ser realizado digitalmente e armazenado de forma que possa gerar conhecimento e vantagens aos profissionais e instituições, com análises de produtividade, consumo, intercorrências, inteligência de negócios, e apoio cognitivo à tomada de decisões.
“A partir dos dados documentados por anestesiologistas no pré-anestésico, transoperatório e pós-anestésico imediato, parametrizamos a informação e extraímos conhecimento para a prática assistencial, gestão de recursos e constituição de registro adequado à prevenção de litigios”, afirma um dos dois criadores do stuartup em seu perfil do Startse e conclui: “Nós criamos o waze da anestesia”.
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