Quais são os desafios e possíveis tendências futuras da atenção integrada na América Latina?
Durante a sessão «Cuidados integrados com foco nas pessoas, famílias e comunidades», organizada pela 23ª Conferência Internacional de Cuidados Integrados (ICIC23), a Fundação Internacional para Cuidados Integrados (IFIC) e o nodo latino-americano (IFIC LatAm), que aconteceu no dia 23 de maio de 2023, foram discutidos os desafios e possíveis tendências futuras da atenção integrada na América Latina.
James Fitzgerald, Diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS, participou do debate e explicou que as barreiras ao acesso aos serviços de saúde são o principal desafio enfrentado pelos sistemas de saúde em nossa região. “Três em cada 10 pessoas nas Américas não procuram atendimento de saúde quando precisam, e os tipos de barreiras ao acesso à saúde são diferentes – geográficas, financeiras, administrativas e de disponibilidade -, o que exige respostas diferenciadas para adaptar os modelos de atendimento”, disse.
Essa situação se agravou com a pandemia da COVID-19, pois, três anos após seu início, “aproximadamente 40% dos países ainda relatam interrupções nos serviços de saúde na maioria das modalidades de atendimento, principalmente o de primeiro contato e comunitario”. Esses resultados destacam a necessidade de buscar soluções integradas e multissetoriais que reduzam as barreiras de acesso aos serviços de saúde.
A OPAS considera as Redes Integradas de Serviços de Saúde uma das principais expressões operacionais dos sistemas de saúde baseados na APS no nível dos serviços de saúde, ajudando a tornar realidade vários de seus elementos mais essenciais, como cobertura e o acesso universal, o primeiro contato, a atenção integral, o atendimento adequado, organização e gestão otimizadas, orientação familiar e comunitária e ação intersetorial, entre outros.
Para fortalecer a APS com abordagem integradora, Fitzgerald mencionou estratégias que buscam fortalecer a gestão das autoridades de saúde, a governança dos sistemas de saúde, melhorar a participação social e garantir serviços de saúde integrados com foco na atenção primária, entre outros.
«Sistemas de saúde resilientes melhoram as funções do sistema de saúde para proteger a saúde da população durante crises de saúde pública; e aprendem com as crises e outros eventos de saúde pública para transformar e aprimorar as funções de promoção e proteção da saúde da população”, finalizou o especialista.
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