A pesquisadora do CONICET Mónica Cristina García foi homenageada por um projeto que busca desenvolver nanomedicamentos que incorporem simultaneamente agentes quimioterápicos em imunoterápicos para o tratamento do câncer de mama.
Segundo a cientista, que lidera uma equipe da Unidade de Investigação e Desenvolvimento de Tecnologia Farmacêutica (UNITEFA, CONICET-UNC), os nanomedicamentos são medicamentos de tamanho minúsculo – um nanômetro é um milhão de vezes menor que um milímetro – que oferecem a possibilidade de atravessar membranas celulares e vasos sanguíneos para ser direcionado mais facilmente a um alvo específico, como um local tumoral.
Estes nanomedicamentos são, geralmente, constituídos por um ou mais fármacos ou princípios ativos, que são aqueles que exercem a ação terapêutica, e um nanoveículo ou “nanotaxi” que facilita o seu transporte para um sítio patológico, como o tumor, e a sua retenção neste lugar. Além disso, no seu desenho incorporam a possibilidade de reconhecer determinados estímulos ou sinais que lhes permitem detectar a presença do tumor, libertar os agentes terapêuticos apenas nesse ponto e, assim, evitar efeitos secundários nos tecidos e órgãos saudáveis.
“Mesmo que muitos esforços tenham sido feitos para otimizá-los, as terapias convencionais contra o câncer, como a quimioterapia, muitas vezes causam efeitos adversos. Muitos pacientes apresentam sintomas como queda de cabelo, náuseas e vômitos; o que tem um impacto negativo na aceitação dos tratamentos pelas pessoas. Por esta razão, parece-nos importante desenvolver nanossistemas que funcionem como uma espécie de tiro alvo, que direcionem os agentes terapêuticos para o local de ação do tumor, e assim evitar que se espalhem pelo resto do corpo e afetem os tecidos saudáveis, ” afirma a pesquisadora, que também é professora adjunta da Faculdade de Ciências Químicas da Universidade Nacional de Córdoba.
García destaca que, neste caso, um dos desafios é agregar, ao quimioterápico clássico, um agente que estimule a resposta do sistema imunológico do paciente contra o tumor maligno, com o objetivo de potencializar o tratamento e torná-lo mais eficaz.
“Em trabalhos anteriores desenvolvemos nanomedicamentos com a mesma nanoestrutura, mas até agora só conseguimos veicular um quimioterápico. O desafio agora é conseguir carregar um agente imunoterápico no mesmo ‘nanotaxi’, para sinergizar sua ação e tornar o tratamento mais eficaz”, afirma García. O projeto visa garantir que esses nanomedicamentos possam ser administrados por meio de injeção intravenosa.
A pesquisadora do CONICET foi reconhecida com o Prêmio L’Oréal-UNESCO 2023 Scholarship Award por este projeto.
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