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Elad Benjamin: “Os líderes latino-americanos podem se beneficiar do conhecimento gerado em outros países e avançar mais rapidamente”

Entrevistas Notícias

Durante o Philips Connect Day 2024, que aconteceu em São Paulo, Brasil, nos dias 29 e 30 de outubro, a empresa lançou a solução Philips Medical Device Integration (MDI) na América Latina. Com mais de 20 anos de experiência em TI aplicada ao setor de saúde, Elad Benjamin, Clinical Integration & Insights Business Leader da Philips, compartilhou sua visão sobre os benefícios desta ferramenta e destacou o potencial da região.

Por Rocío Maure

No âmbito do Connect Day 2024, evento anual da Philips onde são apresentadas tendências e inovação, novos sistemas e soluções para o setor da saúde, conversamos com Elad Benjamin, Clinical Integration & Insights Business Leader da Philips, que explicou as vantagens de centralizar todas as informações das organizações de saúde através da nova ferramenta MDI. O especialista garantiu que os países latino-americanos podem se beneficiar de todos os avanços já alcançados em outras regiões.

. Em que consiste a solução Philips Medical Device Integration?

Com a nossa plataforma de integração de dispositivos médicos, Philips MDI, podemos conectar-nos a qualquer dispositivo no hospital que esteja conectado a um paciente ou que gere dados clínicos. Desta forma, podemos transmitir essa informação ao sistema; seja um prontuário eletrônico de saúde (PES), outras plataformas de monitoramento, soluções de telemedicina ou painéis de controle remoto. Basicamente, permite à organização receber e gerir todos os dados clínicos provenientes de dispositivos físicos ligados aos pacientes.

. Qual é o principal benefício do uso desta ferramenta em ambientes de cuidados intensivos?

São informações em tempo real, coletamos dados atualizados no local de atendimento. Graças a isto, em ambientes de emergência ou cuidados intensivos, podemos otimizar o trabalho dos profissionais de saúde, reduzir tarefas administrativas, minimizar erros e dar avisos ou alertas quando necessário.

A solução permite automatizar a documentação desses dados no RES. Sem esse tipo de automação, a equipe de enfermagem deve inserir manualmente os valores de cada paciente no PES, o que demanda tempo, tarefas administrativas desnecessárias e, às vezes, pode levar a erros. Por sua vez, o MDI oferece um sistema de alerta baseado nesta informação em tempo real que detecta mais de 100 tipos diferentes de condições. O sistema permite ainda que o hospital ou clínica crie seus próprios alertas e os personalize.

 . A solução já está sendo utilizada em outras regiões? Como é a experiência e como ela evoluiu?

Embora estejamos apenas lançando o Philips MDI na América Latina, a solução não é nova e já está disponível em outros países há algum tempo. Na verdade, nos Estados Unidos, que foi o primeiro país onde o oferecemos, está presente há quase 13 anos. É onde temos a maior participação de mercado, com 45% de conectividade de dispositivos. Inclusive em alguns países como Singapura, temos 100% de participação de mercado, o que significa que todos os hospitais e dispositivos estão conectados através da plataforma. Ao longo dos anos, continuamos a melhorar o produto. Originalmente, a empresa desenvolveu um banco de drivers muito complexo que conectava diferentes dispositivos a um monitor, mas os clientes queriam mais funcionalidades, por isso continuamos a expandi-lo.

. Quais são as expectativas da empresa em relação ao lançamento na América Latina? Em quais países estará disponível?

Nosso plano é expandir a cobertura no próximo ano. Começamos no Brasil e lançaremos a solução no México em alguns meses. Então expandiremos com base na demanda. Gostaríamos de ter alcance em toda a região.

. Como é o processo de implementação do Philips MDI?

A primeira etapa após a confirmação de uma implantação é fazer um inventário de todos os dispositivos que o site possui para garantir que sejam compatíveis. Em geral podemos trabalhar com todos os dispositivos que identificamos, já que a solução é compatível com mais de mil dispositivos diferentes. Esse inventário também nos ajuda a identificar onde estão esses dispositivos e fazer o mapeamento. A solução possui um componente de hardware, que se conecta a cada dispositivo, e outro componente de software.

Na implementação, frequentemente trabalhamos com engenheiros biomédicos, representantes da equipe de TI e até mesmo representantes de soluções EHR, se necessário. Desta forma, em poucas semanas a organização já está conectada e pronta para começar a aproveitar os benefícios da solução.

. Quais são os principais desafios que os hospitais enfrentam quando passam a utilizar esta ferramenta?

Às vezes, os hospitais devem transformar a forma como trabalham. Por exemplo, se for feita uma transição da entrada manual de informações para a automação de dados no EHR, a dinâmica dos turnos de enfermagem mudará necessariamente. Se alertas forem definidos, a organização deverá determinar quais ações serão tomadas quando eles soarem. Assim, o fluxo de trabalho muda, mas o atendimento básico ao paciente permanece o mesmo. Quando começamos a trabalhar com uma organização, demora um pouco para todos os funcionários se adaptarem, mas depois eles adotam a tecnologia.

 . Como poderíamos trabalhar em certas resistências à digitalização?

Devemos ter em mente que hoje todos entendem que o mundo digital e a gestão de dados são essenciais. Os dados são o novo petróleo e todos sabemos disso. Isso apenas muda o quão avançados estamos nesse sentido. Aqueles que estão apenas começando nesse caminho devem trabalhar com soluções que abrangem toda a organização, não apenas alguns processos ou departamentos; devem também procurar soluções que sejam compatíveis com múltiplos fornecedores e que permitam trabalhar com dados adequados para IA, estes são aspectos fundamentais para o sucesso da transformação digital.

. Finalmente, que recomendação você daria aos líderes do setor de saúde latino-americano?

Às vezes, os mercados que estão atrasados ​​nas mudanças têm uma vantagem, porque podem contornar todos os obstáculos que os primeiros que adotaram novas tecnologias tiveram que enfrentar. Acredito que os líderes latino-americanos podem se beneficiar de todo o conhecimento gerado em outros países e avançar muito mais rápido. Com uma estratégia de dados robusta e adequada para trabalhar com IA, poderiam atingir rapidamente o nível de outros mercados já maduros.

Para obter mais informação sobre esta solução, visite https://www.philips.com.br/a-w/about/news/archive/standard/news/press/2024/20241030-philips-unveils-innovative-medical-device-integration-solution-connecting-over-1200-devices-from-multiple-manufacturers.html ou entre em contato com seu representante da Philips.

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