Especialistas brasileiros participaram do Summit para divulgar o estado da transformação digital em seu país, bem como seus planos futuros.
Com Claudio Giulliano, CEO da Folks, como moderador, a sessão começou com as palavras do Dr. Carlos Pedrotti, cardiologista, cientista de dados e atualmente gerente do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein.
O especialista abordou sobre o tema “Reconstrução digital do cuidado à saúde”, que trabalhando em conjunto com vários parceiros, inclusive com o governo brasileiro, ele apresentou a ambição digital de construir um sistema integrado completo, entregando um modelo híbrido fazendo a ligação do mundo físico com o mundo digital, reforçando a missão de cuidar do paciente quando, onde e como eles desejam.
”O paciente está no centro do nosso cuidado, da nossa estratégia de operação e a gente tem que estar sempre adequado as melhores e maiores práticas de segurança e todos os maiores padrões de qualidade que são os pilares da nossa instituição e pelas quais inclusive a gente é reconhecido”, comentou.
Para o Dr. Pedrotti, a evolução digital no sistema de saúde está ocorrendo através do foco no hospital com a alta complexidade, incorporando a tecnologia em cada um dos níveis de atendimento e colocando o paciente no centro de cuidado.
Dando sequência ao panel, Araly Palácios, responsável pela vertical de saúde da AWS (Amazon Web Services), aborda a missão da empresa de contribuir com a digitalização e utilização dos dados e diz a primeira tendência para inovação e transformação digital é acelerar a migração para nuvem, a segunda tendência é a predição de eventos relevantes para atenção clínica e a terceira tendência é a personalização da experiência do paciente.
“Como exemplo, temos o desafio do Brasil, onde 75% da população depende da saúde pública em gerenciar mais de 6 bilhões de transações por ano. Como resultado disso, surgiu a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) que facilita a interoperabilidade de sistemas entre os provedores e clientes, como é o caso das plataformas “CONECTE SUS Cidadão” dirigido aos cidadãos, e o “CONECTE SUS Profissionais” dirigido aos profissionais de saúde”, diz a especialista.
Ailton Brandão, diretor de tecnologia da informação e inovação do Hospital Sírio Libanês, abordou as práticas ágeis viabilizando a transformação digital enfocado na cultura de inovação para o digital.
“O objetivo foi maximizar a entrega de valor com a redução de desperdício de material, dinheiro, esforço e capital intelectual”, diz o especialista. Para isto, foi montado um time de agilidade para entregar novas soluções. Foi escolhido um desafio interdisciplinar para aumentar o ciclo da receita. Foi criado um modelo de tribo, onde há pessoas de todas as especialidades para resolver um problema, apresentando uma meta e missão, e também foi criado o conceito de tribo que é uma união de Squads que estão em uma mesma cadeia de valor, onde cada squad cuida de uma etapa do processo. Na melhora da jornada do paciente, um squad cuida do aplicativo, outro squad cuida do modelo de onboarding e outro squad irá cuidar do portal, dentre outras metas de entrega de valor”.
Além disso, Brandão explica que “para garantir a gestão e uniformidade é necessário ter um líder de produto, líder de tecnologia e um líder de design para manter um produto estável. Com esse modelo foi possível ter mais sucesso para entregar grandes desafios na área de transformação”.
Por sua vez, o gerente executivo do Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo, o Dr. Felipe Reis, abordou três grandes desafios da transformação digital durante a pandemia. 1° Levar parte dos profissionais para o home office, que foi possível devido aos níveis de segurança de informação e infraestrutura já montadas. 2° Utilização de dados, que auxiliou a gerenciar o dinamismo, desde o número de leitos até a cadeia de suprimento dos medicamentos. 3° O avanço da telemedicina, que gerou a implantação de dois serviços, o pronto atendimento digital no qual os pacientes são atendidos após uma triagem virtual, e as consultas.
O médico concluiu dizendo que existem duas motivações principais para dar continuidade a transformação digital: sempre estar aberto para o “novo”, coisas inesperadas sempre vão acontecer, como a pandemia por exemplo; é estar sempre extremamente voltado para o cuidado das pessoas, usando a tecnologia no cuidado dos pacientes.
Posteriormente, o Dr. Paulo Eduardo Cicogna, diretor médico do Grupo NotreDame Intermédica, abordou a Telemedicina e a Inteligência Artificial.
Demonstrando números sobre a Telemedicina comenta que houve um aumento no número de consultas em telemedicina no terceiro trimestre do ano passado, e um decaimento quando o paciente começou a sair de casa. Ele atribui isso a fatores como a falta de conhecimento do paciente, falta de conhecimento do médico, falta de telemedicina e medicina digital nas Universidades.
Por outro lado, a Inteligência Artificial ajudou no diagnóstico e tratamento da COVID 19, desta maneira, surgiu a oportunidade de utilizar também a IA para avançar no diagnóstico de outras doenças.
A última apresentação foi do Dr. Eduardo Cordioli, médico e diretor corporativo da Hapvida Health Systems. Cardioli destaca o que o paciente realmente busca além da transformação digital: ser atendido rápido, resolver o problema e pagar pouco pelo serviço (ou mesmo que o estado pague por esse serviço). Para que isso ocorra, é necessário diminuir desperdício, usando dados do atendimento para gerar insights para diminuir fricção e consequentemente o desperdício.
Na concepção do Dr. Eduardo Cordioli, quem deve estar no centro é o profissional de saúde porque o minerador de dados é o profissional de saúde. ”Foquem no profissional de saúde e na experiência dele, porque ele leva o dado”, conclui o especialista.
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