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Madhuri Sebastian: “Melhorar a produtividade deve ser o principal objetivo das soluções de diagnóstico”

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No contexto da Jornada Paulista de Radiologia (JPR), E-Health Reporter teve a oportunidade de conversar com Madhuri Sebastian, Business Leader de Radiology Informatics da Philips, sobre a proposta de diagnóstico oferecida pela empresa e a mudança de paradigma que implica utilizar ferramentas como inteligência artificial (IA) e nuvem.

Por Rocío Maure

Referência em soluções para diagnóstico por imagem e atual Business Leader de Radiology Informatics da Philips, Madhuri Sebastian, viajou ao Brasil para a Jornada Paulista de Radiologia. Numa entrevista exclusiva, destacou o potencial da integração da IA ​​nas soluções de diagnóstico, detalhou o impacto significativo que estas ferramentas podem ter na produtividade e, acima de tudo, insistiu na importância de ajudar os profissionais de saúde a terem mais recursos para se concentrarem no paciente.

  • Na nossa região, a Philips é frequentemente associada a soluções de interoperabilidade ou ao prontuário eletrônico Tasy EMR. Você poderia nos descrever qual é a abordagem quando se trata de diagnóstico?

Na Philips, acreditamos que a produtividade é a nossa base para o diagnóstico. Se observarmos a escassez de pessoal de saúde em todo o mundo e o aumento de estudos necessários após a pandemia, podemos concluir que há cada vez mais pacientes que necessitam de cuidados e menos técnicos, radiologistas e patologistas qualificados. Focamos na produtividade, não apenas como um conceito de fluxo de trabalho, mas também como uma visão completa do que é necessário para fazer um diagnóstico: cardiologia, patologia, radiologia; chamamos essa estratégia de Integrated Diagnostics.

Os fluxos de trabalho que incluem sistemas fragmentados e exigem métodos alternativos podem ameaçar a precisão dos diagnósticos e criar encargos desnecessários para o pessoal e os pacientes. Em vez disso, nossa abordagem busca integrar diagnósticos: buscamos uma visão clínica completa do paciente durante toda a sua jornada, para que o diagnóstico seja mais ágil. Isso, é claro, se traduz em produtividade.

  • Qual é o impacto destas soluções e qual é o objetivo atual?

Temos um grande histórico de oferta de ferramentas para diversas “ologias”. Somente em radiologia, temos mais de três mil clientes em todo o mundo e diversas instituições reconhecidas especificamente na América Latina; na cardiologia, somos um dos principais atores; e nossa solução de patologia digital cresceu 30% no mercado. Desenvolvemos soluções para essas especialidades, e nosso objetivo é uni-las a partir de uma visão holística, para que o paciente seja o foco principal e seja fácil revisar todas as informações sobre cada paciente.

  • Qual é a principal contribuição desta solução para os profissionais da saúde?

Nossa intenção prática é integrar todas as informações de diagnóstico por imagem no contexto clínico e gerar um diagnóstico integrado, que é uma abordagem valiosa para orientar decisões clínicas e melhorar o atendimento ao paciente. Ao otimizar o fluxo de trabalho e permitir o acesso à informação quando o radiologista necessita, a produtividade da interpretação pode ser aumentada em 50%.

Um de nossos clientes melhorou a produtividade graças a que cada estudo passou a chegar ao profissional adequado. Ao combinar dinâmica clínica, relatórios e interpretação de imagens numa plataforma de diagnóstico por imagem abrangente e totalmente integrada, que está dentro do visualizador de diagnóstico, a solução pode harmonizar todos os problemas causados ​​por ter diferentes relatórios em diferentes locais.

Outro cliente economizou de 1 a 2 minutos por paciente simplesmente aproveitando nosso espaço de trabalho de diagnóstico colaborativo, que combina dados clínicos e radiológicos, incluindo o histórico do paciente, para acessar mais de 70 aplicações clínicas de múltiplas especialidades.

Desta forma, o potencial clínico e operacional da organização é melhorado. E o potencial será ainda maior se qualquer uma das mais de 110 aplicações de IA atualmente disponíveis no nosso marketplace for integrada ao fluxo de trabalho de interpretação.

  • Como a IA é integrada e qual é a sua contribuição significativa?

Hoje, a inteligência artificial é essencial; não é possível resolver nenhum dos problemas atuais sem recorrer a ela. O desafio é usá-la a nosso favor. O verdadeiro benefício de ter Integrated Diagnostics é poder integrar a IA ao nosso fluxo de trabalho. Na Philips, abordamos a inteligência artificial a partir da seguinte questão: “como podemos integrá-la ao fluxo de trabalho de uma forma quase invisível?” A resposta é que tem que ser um processo tão natural quanto usar um celular ou qualquer aplicativo atual.

Um bom exemplo é o caso de sucesso de uma aliança no Brasil onde, por meio da implementação de IA, foi possível capturar informações secundárias diretamente do fluxo de trabalho que já utilizam. Com isso, os socorristas não precisam mais esperar pelo laudo do radiologista, nem utilizar um aplicativo diferente, tudo está integrado ao fluxo de trabalho já estabelecido.

  • Qual é a importância da nuvem nesta estratégia?

A nuvem é uma parte importante da nossa estratégia. No ano passado, lançamos nossa proposta HealthSuite Imaging PACS e estamos avaliando ativamente como trazê-la para a América Latina. Considerando todos os dados e armazenamento necessários, temos muitas limitações quando estão em um data center ou dentro do hospital. Porém, quando utilizamos a nuvem, acessamos mais ferramentas e é possível ampliar o uso para IA generativa, uma IA mais avançada. Além disso, a nuvem evita investimento em hardware por parte dos hospitais, as atualizações são mais fáceis de implementar, podemos aproveitar os padrões e serviços de proteção de dados. Para nós, a nuvem é uma forma de entregar mais valor operacional, o que se traduz em uma solução que entrega mais produtividade aos nossos clientes.

  • Que tipo de medidas de segurança cibernética a Philips adota para esses tipos de soluções?

Temos parceria com os principais provedores de nuvem, como a AWS, que investem continuamente em políticas e práticas de segurança cibernética no mundo todo. O objetivo desta aliança é potenciar este investimento para que possamos focar no fortalecimento da nossa aplicação e poupar ao hospital a implementação de serviços de proteção externa. Com a nuvem, como eu disse antes, podemos nos beneficiar de mais padrões e práticas do setor que os principais provedores oferecem atualmente.

  • Já existem casos de uso de Integrated Diagnostics na América Latina? Como é o processo de implementação?

Sim, temos vários clientes no Brasil, que foi pioneiro na região. Temos vários clientes trabalhando na integração de IA em seus fluxos de trabalho para a solução PACS e queremos tornar a experiência do usuário o mais simples possível.

O processo de implementação é muito simples, por isso escolhemos uma abordagem de integração profunda em nosso produto. Temos os dados, temos o fluxo de trabalho, tudo isso está na nossa plataforma, e temos uma abordagem que busca integrar a IA nessa plataforma. Definimos conjuntos de padrões sobre como abordar essa integração e, por isso, podemos nos reunir com as equipes hospitalares e ajudá-las a usar as melhores práticas. Isso reduz o tempo de implementação porque esses recursos estão incluídos em nossas Soluções de imagem para organizações de saúde e não precisam investir em componentes adicionais.

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