O projeto baseia-se no estudo de biomarcadores epigenéticos em tumores humanos relacionados ao desenvolvimento do câncer. O grupo de pesquisadores desenvolveu um algoritmo de seleção de biomarcadores epigenéticos e desenvolveu uma plataforma de bioinformática, além de uma tecnologia para detectar biomarcadores epigenéticos no sangue.
Pelo segundo ano consecutivo, realizou-se a entrega do Prêmio Merck-CONICET edição 2022 de Inovação em Ciências da Saúde, distinção que conta com o apoio da Embaixada da Alemanha e que busca apoiar a ciência argentina para o bem comum da sociedade e avanço da tecnologia.
Nesta edição, foram apresentados 60 projetos de base científica e/ou tecnológica na área da saúde. O vencedor foi Emanuel Campoy, por seu projeto “Desenvolvimento e validação de uma plataforma tecnológica de alta sensibilidade para o diagnóstico precoce do câncer”, que recebeu a quantia de $ 3 milhões. Campoy é pesquisador do CONICET no Instituto de Histologia e Embriologia de Mendoza “Dr. Mario H. Burgos” (IHEM, CONICET-UNCUYO).
Além disso, houve uma distinção especial para o segundo lugar, “Nanoveículos inteligentes para inibidores de Galectina-12”, desenvolvido por Cintia Belén Contreras, pesquisadora do CONICET do Instituto de Nanossistemas (INS-UNSAM) e Alejandro Cagnoni, pesquisador do CONICET do Instituto Biologia e Medicina Experimental (IBYME, CONICET-F-IBYME).
O projeto vencedor
Nos últimos anos, o manejo clínico de pacientes com câncer passou de uma estratégia de tratamento empírico baseada no perfil clínico-patológico dos pacientes, para uma estratégia de tratamento baseada em biomarcadores que definem o perfil molecular dos tumores. Essa mudança de paradigma leva ao que é chamado de medicina personalizada de precisão.
O grupo liderado por Emanuel Campoy trabalha no estudo de biomarcadores epigenéticos em tumores humanos relacionados ao desenvolvimento do câncer. Com base nos resultados de sua pesquisa, eles desenvolveram um algoritmo de seleção de biomarcadores epigenéticos que se materializou em sua própria plataforma de bioinformática.
Essa ferramenta possibilita encontrar biomarcadores para diagnóstico precoce e acompanhamento de pacientes com câncer a partir de diversas fontes de informação, oriundas de milhares de tumores de diferentes origens e localização no corpo.
Junto com a plataforma, eles desenvolveram uma tecnologia capaz de detectar biomarcadores epigenéticos no sangue de pacientes com câncer com alta sensibilidade e especificidade. Eles validaram recentemente a tecnologia em um sistema artificial e atualmente estão focados em conseguir a validação da prova clínica de conceito, usando amostras derivadas de pacientes com câncer colorretal (CCR) da associação com um centro especializado no diagnóstico dessa doença.
Começaram com o CCR, pois já existem biomarcadores epigenéticos validados na prática clínica, como a metilação do gene SEPT9.
Fontes:
