A implementação de modelos e ferramentas tecnológicas nos centros de saúde tem avançado progressivamente no país com vista à eficiência, proteção e atendimento de qualidade aos pacientes. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer antes que possamos falar sobre um sistema de saúde totalmente automatizado.
O setor saúde enfrenta constantemente novos desafios e a necessidade de fortalecer e aprimorar seus sistemas em prol da solução das necessidades que a população demanda. Nos últimos anos, o prontuário eletrônico tem sido protagonista no processo de modernização do sistema de saúde, e é assim que hoje podemos falar em avanço dos direitos dos pacientes com o objetivo de facilitar o acesso à sua informação clínica a qualquer centro de saúde do país.
O benefício que a implantação do prontuário eletrônico traz pode ser abordado a partir de 5 vertentes: a primeira se refere ao fato de que dentro de um estabelecimento ou rede de saúde, se pode conhecer com precisão cada evento em que o paciente solicitou atendimento; o segundo ponto está relacionado às informações que foram registradas em cada um desses atendimentos (diagnóstico, alergias, medicamentos, tratamentos, entre outros); em terceiro lugar, as informações que foram registradas servem de insumo para conhecer o histórico médico do paciente; como uma quarta abordagem, essas informações podem interoperar com outras organizações, seja para manter a continuidade no atendimento ao paciente ou para alimentar algum outro processo; e como quinto e último ponto, para que de forma agregada, essas informações sejam utilizadas para gerir a organização, pesquisar ou inovar em novos serviços ou processos.
Do ponto de vista do paciente, a história clínica permite que a equipe médica tenha à sua disposição toda a sua história, para reduzir o tempo entre a detecção de um sintoma e o início do tratamento, bem como reduzir o risco clínico no atendimento.
A esse respeito, Andrés Segovia, Business Development Manager da InterSystems Chile, comenta que “o prontuário eletrônico não é considerado uma inovação em si, mas é a base operacional para permitir capacidades de inovação nas organizações de saúde. Nesse sentido, embora a implementação e cobertura do prontuário tenha avançado significativamente nos últimos 15 anos, ainda não se pode falar de um sistema de saúde totalmente automatizado, razão pela qual se exige que a autoridade continue promovendo sua adoção e tenha os devidos recursos disponíveis para que os estabelecimentos e redes de saúde avancem na automatização de seus processos”.
Desafios
Atualmente, o principal desafio do setor saúde continua sendo a integração de seus níveis locais de atenção, antes mesmo da interoperabilidade entre as redes de saúde e o sistema público-privado. Nesse sentido, o problema pode ser dividido em dois: o primeiro, a interoperabilidade dos dados clínicos, a fim de agilizar o processo de atendimento e reduzir as filas de espera; a segunda é a integração dos processos administrativos entre os estabelecimentos de saúde, evitando assim o gasto excessivo decorrente da falta de informações para o controle dos processos.
Atualmente “Existem soluções que são muito boas na atenção primária e existem outras que são muito boas nos hospitais, e a discussão sempre foi como conectar esses dois mundos para que o paciente tenha continuidade do cuidado, porém, a integração dos processos não foi abordada como um todo”, explica o executivo da InterSystems. Ao longo dos anos, foram discutidos diferentes modelos de abordagem, como o arquivo único nacional, a estratégia nacional de prontuário compartilhado, a opção por um modelo em nível nacional, por serviço ou por estabelecimento, entre outros.
“Acho que essa discussão tem sido facilitada porque existem soluções que hoje permitem integrar todos os níveis de atenção em uma única solução e não só o histórico clínico, mas todos os processos. Dessa forma, o que vem acontecendo é que as redes de saúde, tanto do setor público quanto do privado, estão adotando o TrakCare como solução hospitalar, mas também como solução única para toda a rede, automatizando naturalmente os processos desde a atenção primária até a alta complexidade ”, acrescenta Andrés Segovia.
Diante do exposto, “acredito que devemos deixar para trás a discussão conceitual e aproveitar as tecnologias disponíveis para alcançar níveis reais de interoperabilidade, baseados em padrões internacionais de interoperabilidade e com os mais altos padrões de segurança, tanto clínica quanto informática”, conclui o porta-voz da InterSystems.