VIII Jornadas Universitárias HIBA 2013: Avanços dos sistemas de Informação em Saúde

HIBA

As VIII Jornadas Universitárias de Sistemas de Informação em Saúde HIBA 2013, que foram realizadas de 4 a 6 de dezembro, permitiram expor progressos na digitalização da saúde local e internacional.

“Temos o compromisso de difundir os avanços da Informática em Saúde no mundo”, destacou o doutor Fernán González Bernaldo de Quirós durante a abertura do encontro, organizado pelo Departamento de Informática em Saúde do Hospital Italiano de Buenos Aires e a Associação HL7 Argentina.

Políticas públicas do Ministério de Saúde da Nação Argentina, o que está agendado?

O doutor Pedro Kremer, representante do Ministério de Saúde da Nação, discutiu a necessidade de compreender para que se incorporam as tecnologias da informação e a comunicação, na conferência “Políticas públicas e sistemas de informação em saúde”.

“As TIC geram acesso, regulam e ampliam possibilidades; estabelecer sistemas de informação é uma ferramenta para estender direitos”, afirmou.

Logo reconheceu que o país precisa avançar em prontuário médico eletrônico e que os temas pendentes do Ministério da Nação são: concretizar un plan nacional de TIC, informatizar procesos e promover a interoperabilidade.

Por último, destacou que a carteira sanitária realizou um registro de mais de 80 boas práticas de e-saúde no país, que o Sistema Integrado de Informação Sanitária Argentino (SISA) permite regular a oferta das necessidades, e que o Ministério de Saúde conta com funções de Desenvolvimento de Capital Humano, Vigilância em Saúde, e Regulação e Planificação.

Rumo a uma saúde conectada

A dissertação “Modelo de transformação do setor da saúde rumo a uma saúde conectada” foi apresentada pela empresa Telefônica Digital.

Juan Manuel Aguilar, eHealth Business DeveloperExpert, e Diego Ignacio Henin, Chefe em Consultoria de Negócio de IT e Outsourcing, apresentaram um plano piloto de atendimento domiciliar que contou com o apoio do Departamento de Informática Médica do Hospital Italiano.

“É preciso melhorar a eficiência do atendimento prestado; para começar, poderiam eliminar questões burocráticas para melhorar o atendimento”, defendeu Henin ao analisar as oportunidades de melhora que existem com a aplicação da tecnologia -diagnóstico, digitalização dos processos e assistência remota-. Para lográ-lo, enfatizou Aguilar, a comunicação entre profissionais e o acesso à informação são essenciais.

Portais pessoais de Saúde

Tanto no setor público como privado, vários centros sanitários colocam à disposição dos usuários portais pessoais de saúde. Mais além do design, do desenvolvimento e da funcionalidade, todos têm o mesmo leit motiv: compartilhar a informação.

O doutor Martín Díaz, do Hospital Alemán; o doutor Diego Lunansky, do Hospital El Cruce – Néstor Kirchner; e a doutora Analia Baum e a estudante de medicina Julieta Goldenberg, do Hospital Italiano, deram informação sobre os serviços web que oferecem  estabelecimentos de Saúde.

Díaz indicou os benefícios do Portal Plano Médico do Hospital Alemán e, entre outros, ressaltou a agenda de turnos –que permite selecionar um profissional específico para as consultas médicas-, o acesso ao informe de diversos reportes de saúde e o seguimento dos tratamentos prolongados ou enfermidades crônicas. De fato, contou, o paciente pode digitar alguns dados em seu Prontuário Médico.

Lunansky, quem também é designer em comunicação visual, apresentou as características do Portal do Paciente do Hospital El Cruce, mediante o qual os usuários podem acessar os dados relacionados com a sua saúde -como informação clínica-, e conselhos e atividades para uma vida sã. “O portal foi inaugurado há três meses, motivo pelo qual possui apenas 130 usuários registrados, mas a ideia é continuar crescendo e poder conhecer as necessidades dos pacientes”, expôs.

Baum e Goldenberg anunciaram que o objetivo dol Portal de Saúde do HIBA reside em aumentar e melhorar a comunicação com os usuários para motivá-los a que se responsabilizem por sua saúde –autogestão-.

“A proposta é gerar uma conexão com os pacientes desde outro enfoque; proporcionar-lhes um lugar onde nos possam dar sua opinião e onde se sintam seguros”, destacou Baum. Por sua parte, Goldenberg comentou: “A comunicação foi lograda gerando um canal fluído entre os pacientes e os médicos com  um registro seguro da informação”.

Visualização de imagens e documentos clínicos

O licenciado Jordi López, CEO da ALMA IT System; o engenheiro Juan Pablo Devoto, HCIS Implementation da Carestream Health; e o engenheiro Ezequiel Mazzoni, membro do Laboratório de Engenharia Clínica do Hospital “El Cruce-Néstor Kirchner”; e Damián Rossi, Administrador de Sistemas do mencionado hospital público, deram sua perspectiva sobre PACS.

López mostrou a solução Visor Clínico Universal da ALMA IT System, empresa dedicada ao desenvolvimento comercial de software de imagem avançada. O licenciado certificou que os produtos da companhia se integram com uma infinidade de sistemas, e afirmou: “Acreditamos muito na investigação. Trabalhamos em projetos muito importantes, muitos deles financiados pela União Europeia”.

Em representação da Carestream, Devoto apresentou VueMotion, solução criada com a filosofia de compartilhar as imagens para toda a comunidade.

“O objetivo é proporcionar um visualizador universal que possa ser implementado através de qualquer dispositivo que possua HTML”, disse.

O processo de digitalização de diagnóstico por imagens que se realiza no Hospital El Cruce de Florencio Varela é possível graças ao visualizador RAIM. “A solução integrada ótima para o hospital foi o visualizador de PACS MDC da Philips”, declarou Mazzoni.

Rossi, inclusive, ilustrou como manejam o fluxo de dados do hospital público (consultas, dados do paciente, imagens tomadas, entre outros).

Por outro lado, o doutor Daniel Luna, chefe do Departamento em Informática em Saúde do Hospital Italiano, dialogou sobre a estrutura da visualização de documentos clínicos e explicou que as etapas do registro variam segundo os níveis de atendimento.

“Na evolução do processo de documentação clínica do hospital foram geradas diversas etapas nos estratos de atendimento”, afirmou.

Neste aspecto, destacou que a integração dos níveis de atendimento e documentação está centrada no paciente e que o paradigma de visualizar documentos clínicos gira em torno de acessar mais rápido a informação.

Assinatura Eletrônica/Digital

A assinatura digital e a assinatura eletrônica não são a mesma coisa, mas como em certas ocasiões os termos são mal interpretados, a doutora Iris Cidale, assessora legal da Subsecretaria de Tecnologias de Gestão da Chefatura de Gabinete de Ministros da Nação, preparou o painel «»Assinatura Eletrônica/Digital: posta em dia – Oficina Nacional de Tecnologias de Informação (ONTI)»».

«»A assinatura digital é uma assinatura escaneada, a assinatura eletrônica requer um usuário e senha”, diferenciou.

Além de argumentar que um papel é muito más fácil de alterar que um documento digital, a doutora revelou que hoje em dia pode-se ter assinatura eletrônica e assinatura digital, mas não em uma mesma infraestrutura.

«»A assinatura digital, certificado que se outorga para assinar determinada questão em determinado lugar, inverte a carga da prova. É impossível negar sua legitimidade, porque se assume que o único conhecedor da senha é o profissional que tem a assinatura digital habilitada»», explicou.

Finalmente, Cidale esclareceu que as organizações privadas que necessitam a assinatura digital devem seguir os passos da lei atual, que está em processo de reforma. «»Não há uma lei nem autoridade especial para licenciar a assinatura digital de Saúde»», reconheceu.

Sistemas ubíquos de informação em saúde: U-health e o debate para questionar os conceitos de e-health

Sob a coordenação do doutor Fernán González Bernaldo de Quirós, o debate sobre U-health gerou um ponto de inflexão durante as jornadas, já que convidou os participantes a questionar-se sobre o uso dos conceitos relacionados à tecnologia em saúde.

Desde esta perspectiva, Quirós recomendou que quando forem promovidos projetos de e-health e m-health, os profissionais se perguntem se são aplicáveis e sustentáveis no tempo e se melhorarão o serviço dirigido aos pacientes.

“Devem ser propostos projetos de informática que solucionem os problemas de saúde e sejam escaláveis para o sistema de saúde”, defendeu Quirós.

Posteriormente falou sobre a existência de tecnologias que fragmentam o sistema e interpretou: “O sentido está na informação e não na tecnologia”.

Pois bem, o que é a ubiquidade? Segundo responde o doutor, trata-se da capacidade de estar em todos os lugares em um determinado ponto no tempo, sem fragmentar a informação.

Também participou do painel o doutor Fernando Plazzotta, quem debateu sobre a experiência em telemedicina e m-Health do Hospital Italiano e realizou uma breve antecipação sobre alguns projetos pilotos -como o de teleconsulta assincrônica e telemonitoramento de sinais vitais-.

Investigação qualitativa em informática em saúde

Com o objetivo de compartilhar as conclusões baseadas em estudos de campo realizados com  pacientes e médicos do HIBA, a doutora Adriana Dawidowski moderou o painel “Técnicas de investigação qualitativa em informática em Saúde”.

“A investigação qualitativa nos permite entender como são os processos sociais”, reflexionou Dawidowski.

As temáticas abordadas no encontro foram: “Necessidades de informação durante a gravidez”, liderada pela doutora Agustina Briatore e pela licenciada Gabriela García; “Legitimidade dos acessos ao Prontuário Médico Eletrônico”, com Leandro Alassia; “Resposta dos médicos às mensagens eletrônicas geradas pelos pacientes”, explicada pelo doutor Alfredo Almerares e pela doutora Estefanía Tarsetti; e a “Comunicação eletrônica médico-paciente”, proposta pelo doutor Bayan Khorsandnia.

“Como Departamento de Informática em Saúde, as ferramentas que podemos brindar são digitais. Nos propusemos compreender a percepção das grávidas (do HIBA) a respeito da informação que recibem”, indicou Briatore.

Em referência à legitimidade dos acessos ao PME, Alassia manifestou que há desconhecimento sobre o direito e a privacidade da informação sensível e que a informatização na área da saúde permite um melhor cuidado em nível individual e populacional. Contudo, ressaltou: “O acesso universal gera nos médicos muitas contradições e tensões, que os expõem profissional e pessoalmente”.

Segundo Almerares, as mensagens eletrônicas serian úteis para fomentar a relação médico-paciente. “Em entrevistas realizadas recentemente a pacientes em práticas ambulatórias, as mensagens eletrônicas foram consideradas como a funcionalidade mais valorizada, no qual 80% dos entrevistados a destacam como o maior benefício de ter um portal de saúde”, comentou.

Ao respeito, Tarsetti revelou que os médicos não respondem da mesma maneira aos diferentes tipos de mensagens que produzem os pacientes.

Neste sentido, Khorsandnia adverteu que a comunicação tradicional baseada na consulta presencial poderia resultar insuficiente para dar resposta às necessidades de cuidado contínuo. «»As TIC estão oferecendo novas formas de interação com o potencial de aumentar e melhorar o acesso à saúde»», disse.

O encerramento do encontro HIBA 2013

A Associação HL7 Argentina finalizou as Jornadas Universitárias com um painel coordenado pelo engenheiro Fernando Campos, que versou sobre a arquitetura padrão para relatórios de qualidade.

Outro integrante da organização, o engenheiro Javier Solá, empreendeu um repasse sobre as atividades institucionais realizadas durante esse ano e manifestou que pretende que o Estado seja o principal adotante do uso de los padrões HL7.

Repercussões e resultados da edição 2013

Com uma forte presença nas redes sociais, as VIII Jornadas Universitárias de Sistemas de Informação em Saúde tiveram o apoio de 400 participantes de maneira presencial e 800 pessoas inscritas nas salas virtuais do HIBA.

Esta edição consolidou-se como uma oportunidade para conhecer as diversas medidas que estão sendo realizadas en pró de profundizar os avanços tecnológicos, técnicos e de inovação na digitalização da saúde.

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