Procuramos propiciar uma mudança de cultura com relação ao atendimento à saúde e uso de tecnologias

Entrevistas

EHEALTH REPORTER LATIN AMERICA: Como a Vivo faz para posicionar as suas soluções de e-saúde no mercado de saúde brasileiro?

KATIA GALVANE: Em princípio, o nosso grupo tem pensado em participar de vários eventos da indústria para que a marca Telefônica Vivo seja reconhecida em relação às soluções técnicas que tem para oferecer aos profissionais da saúde. Procuramos distribuir os nossos produtos para dar- lhes maior confiabilidade e que os hospitais e operadores de saúde nos abram as portas.

EHRLA: É de se causar surpresa que uma empresa de telefonia celular se dedique em desenvolver produtos de saúde?

KG: Sim, isso acontece com frequência. À primeira vista muitos gestores de saúde, gerentes e diretores de hospitais pensam que nós vamos oferecer celulares, telefones ou tablets para os médicos. Nosso grande desafio é promover uma mudança de cultura para que todos entendam como a tecnologia pode agregar valor para toda a rede de saúde.

EHRLA: Esse é o motivo da sua dissertação no Fórum de Saúde Digital na Hospitalar 2012?

KG: Exatamente. Já participamos de vários eventos da indústria e o intercâmbio que nós conseguimos na Hospitalar foi muito produtivo. Concretizamos muitos contatos e iniciamos muitas conversas. O maior valor desse encontro é que foi possível concentrar todos os elos da cadeia.

EHRLA: Na sua apresentação, você comentou que é odontologista. Como foi que você começou a trabalhar em uma empresa como a Telefônica?

KG: Sim, eu sou odontologista, mas nunca atendi em consultório particular. Eu sempre trabalhei em hospitais, fazendo cirurgias orais. Quando eu conheci o ambiente hospitalar, decidi dedicar-me à administração hospitalar, sempre focada na tecnologia e nos processos. Depois trabalhei em clínicas privadas nas áreas de processos e tecnologias, e depois com consultoria. A Telefônica me chamou para participar de um processo seletivo e assumir desenvolvimentos de negócios aqui no Brasil, e esse foi um desafio muito grande. Conseguimos montar uma equipe de saúde dentro da Telefônica com uma mistura muito ampla de experiência, o que faz com que todos possam contribuir para este processo de informatização do mercado de saúde brasileiro.

 

EHRLA: Qual é o primeiro objetivo que a equipe de saúde Telefônica Vivo tem no Brasil?

KG: A meta é terminar este ano colocando os nossos 3 focos de produtos que já estão desenvolvidos: Gestão de Demanda, Gestão de monitorização do paciente (gestão remota do paciente) e Imagens Médicas. Temos de trabalhar estes três pilares e ter clientes importantes para testar toda a linha deste produto aqui no Brasil. Estamos trabalhando principalmente em adaptar ao mercado brasileiro as soluções que já temos desenvolvidas e em operação na Espanha e em outros países.

EHRLA: Com relação aos pacientes que utilizam os celulares com aplicações de saúde também estão pensando em implementar outras funções? Em uma das apresentações na Digital Health foi destacado o caso dos idosos que necessitam contar com dispositivos que tenham botões grandes. Essas necessidades têm sido levadas em conta?

KG: Sim, claro. Todos os nossos conceitos de produtos são produtos à medida, temos que validá-los com a demanda, com o usuário, testar produtos e processos. É por isso que não temos um portfólio de preços dos produtos, senão que proporcionamos propostas de projetos para atender às necessidades de cada cliente.

EHRLA: Qual o nível de interação que com a América Latina?

KG: Nós trabalhamos de perto com a equipe global para que depois a nossa experiência aqui no Brasil possa ser replicada em outros lugares. Estamos constantemente realizando um intercâmbio de conhecimentos e habilidades entre a Espanha e o Brasil. Nós nos focalizamos em aprender com os bons casos da Espanha e outros países europeus para implantar os produtos no Brasil.

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