M-Health: A conexão inteligente da Saúde com a mobilidade

Movilidad (mHealth)

Por Rocío Mellas

A m-health consolidou-se como sinônimo de equidade no setor sanitário, no entanto, na América Latina ainda não foi respaldada pela vontade política.

Acessibilidade, interoperabilidade, intercâmbio e interconexão possibilitam que pacientes de diversos recursos possam acessar uma melhor qualidade de atendimento. Agora bem, é possível que a m-health tenha desenvolvimento na região latino-americana?

A fim de esclarecer os desafios da mobilidade na e-Saúde, durante a Futurecom 2013, realizou-se a conferência: “M-Health: A conexão inteligente da Saúde com a mobilidade”. A seguir, casos de sucesso e tendências no Brasil.

Moderado por Renato Carriao, Telco Business Development Manager de Bull, o painel contou com a presença de destacados speakers do setor: Antonio Paulo Azevedo, da Accenture; Chris McGugan, de Avaya; Eliézer Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein; Francisco Sapori Junior, da General Electric Brasil; Katia Galvane Luiz, da Telefónica/Vivo; Luiz Tizatto, da Continua; Oren Pinsky, de Qualcomm; e Valter Wolf, da GSMA.

Se bem todos coincidiram na necessidade de impulsionar o desenvolvimento das TICs em pró do atendimento médico, cada um proporcionou sua perspectiva pessoal sobre a situação atual do mercado.

“Se as soluções m-health oferecessem interoperabilidade, a indústria teria impacto em 46 milhões de pacientes no Brasil”, afirmou Valter Wolf, Diretor de Market Development da GSMA.

Além de referir-se às mudanças culturais que se originam em uma sociedade que passa a formar parte do circuito m-health – mencionou uma solução desenvolvida pela Telefônica que logrou reduzir as listas de espera no Chile-, Wolf explicou quão necessário resulta investigar o mercado para calcular o possível impacto socioeconômico de uma solução móvel.

Nesta mesma linha, Antonio Paulo Azevedo, Managing Director for Health da Accenture, remarcou que é necessário recoletar dados para conhecer a estrutura disponível em cada região.

“A Índia, que é uma zona com pouca conectividade, pôde levar o atendimento médico a zonas remotas graças a um trabalho em equipe: só fez falta dotar um líder comunitário com um smartphone e um sistema portátil”, comentou.

Alguns países em vias de desenvolvimento conseguiram bons resultados em matéria de mobilidade através de programas premiados ao redor do globo, e hoje em dia são um modelo para a região. Francisco Sapori Junior, General Manager Healthcare IT da General Electric Brasil, mencionou alguns casos de sucesso e acrescentou que é vital apostar no acesso à saúde.

Durante o painel, uma fórmula com espírito matemático e responsabilidade social foi repetida em diferentes oportunidades por um surtido de vozes: “Mais mobilidade = Melhor acesso à saúde + Melhor qualidade de atendimento”.

Segundo Katia Galvane Luiz, Diretora de Market Development eHealth da Telefônica/Vivo, a empresa multinacional deixou de pensar nos serviços de telecomunicações para pensar em serviços de valor acrescentado com tecnologia.

“Se falamos de Saúde, seja no setor público ou privado, falamos de gestão hospitalar, de interoperabilidade e de tráfico de informação”, afirmou.

Por sua vez, convidou os líderes do setor para trabalhar na segurança da informação com profissionais especializados.

Pacientes crônicos, como integrá-los?

A produtividade móvel enfocada no centro hospitalar está cada vez mais longe de ser uma utopia: a mobilidade é uma porta de acesso. E também de monitoramento. Com esta perspectiva como premissa, um dos leit motiv do debate foi o tratamento de pacientes crônicos.

“No Brasil, por dia, 5.000 pessoas transpassam a fronteira dos 65 anos, o que significa que por dia 5.000 pessoas requerem atendimento especial, e deve-se ter em conta que, em geral, esses pacientes estão associados com enfermidades crônicas”, disse Oren Pinsky, New Business Development Director de Qualcomm.

Francisco Sapori Junior propôs impulsionar o monitoramento remoto através de tablets e dispositivos eletrônicos. Valter Wolf apoiou a ideia e complementou: “Os pilares para avançar nesta matéria são interoperabilidade e escalabilidade”.

Katia Galvane Luiz comentou o trabalho que a Telefônica leva adiante em Valência, Espanha: “Já há 1.500 pacientes de auto risco conectados com dispositivos; seu prontuário médico eletrônico e sua informação estão conectados com o gerenciamento de monitoramento remoto”.

Por sua parte, Luiz Tizatto, President of the Chapter Brazil da Continua Health Alliance, ratificou que é essencial articular a vontade política com a capacidade de trabalho médico e explicou que a empresa apóia a interoperabilidade dos serviços hospitalares.

Acompanhamento remoto de pacientes

A telemedicina e o conceito de “hospital virtual” tiveram um papel protagonista no discurso de Eliézer Silva, Medical Manager do Hospital Israelita Albert Einstein, quem comentou que no centro assistencial conseguiram diminuir drasticamente a quantidade de pacientes em risco por atendê-los no momento.

“A telemedicina é muito mais que o transpasso de informação entre médicos e enfermeiros, já que permite o acompanhamento de diferentes pacientes”, sentenciou.

Desafios da TICs no ambiente da e-Health

“A incorporação de novas tecnologias, durante a eSaúde, não é suficiente. No ambiente hospitalar,  as TICs devem reduzir os custos”, opinou Eliézer Silva.

Sem abandonar que a essência reside em oferecer uma melhor qualidade de atendimento médico, mas apoiado na corrente custo-benefício, Oren Pinskyacrescentou: “O desafio da eHealth é proporcionar tratamentos de maior qualidade com menores custos.”

Chris McGugan, Vice President of Marketing e General Manager of Emerging Products & Technology da Avaya Global, abordou as características do mercado TI e dissertou sobre os novos modelos de negócio.Para inserir-se na eHealth, segundo argumentou, deve-se ter em conta uma série de palavras chaves: integração, otimização, e operação.

“O futuro já chegou, e há que tomar essa premissa o mais rápido possível para trabalhar no presente. Os pacientes não podem esperar, necessitamos tecnologia, acesso, e consenso. A saúde merece e precisa disso”, concluiu Katia Galvane Luiz.

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