Desenvolvem um aplicativo para a classificação dos vírus influenza A e B humanos

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A ferramenta será útil para estudar a evolução dos vírus ao longo do tempo e por região, globalmente. Também servirá para determinar novas variantes, monitorar as existentes e avaliar se os métodos diagnósticos ainda são adequados.

Dois especialistas do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (CONICET) desenvolveram o  INFINITy, uma ferramenta de bioinformática baseada em machine learning que permite a classificação rápida e precisa das sequências dos vírus influenza A e B humanos obtidos de pessoas que tiveram a doença.

“Ao contrário de programas mais complexos, que levam ainda mais tempo e são computacionalmente exigentes, nosso desenvolvimento permite classificar os vírus influenza A e B humanos de forma rápida, fácil e precisa. Esses vírus têm uma grande capacidade de mutação em seu genoma e as mudanças que são produzidas e acumuladas são as que dão origem a novas variantes. O estudo dos genomas virais é relevante para saber se surgiram novas variantes, além de monitorar as já existentes, se os métodos diagnósticos ainda são adequados para sua detecção e até reformular a composição das vacinas quando necessário”, afirma Débora Marcone, uma das desenvolvedoras, que também integra o Instituto de Investigação em Bacteriologia e Virologia Molecular (IBaViM) da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da UBA.

Os vírus influenza estão entre os principais agentes causadores de infecções respiratórias agudas (gripe, pneumonia e outros quadros), resultando em um grande número de doenças e mortes em todo o mundo. Em 2009, o vírus influenza A (H1N1) sofreu mudanças drásticas em seu genoma e infectou um grande número de pessoas em diferentes países e continentes em um curto período. Desde aquela pandemia, ocorrida há 14 anos, dois subtipos de influenza A, (H1N1) pmd09 e A(H3N2), e duas linhagens de influenza B, Victoria e Yamagata, foram responsáveis ​​pela maioria dos casos.

O INFINITy foi desenvolvido para classificar as sequências desses patógenos isolados de amostras respiratórias humanas e é útil para contribuir com o estudo de sua evolução ao longo do tempo e por regiões em nível global. Para testar seu funcionamento, a ferramenta foi testada usando sequências virais de influenza de todo o mundo, baixadas de um banco de dados público de sequências chamado GISAID.

“Quando fizemos o teste, o resultado foi muito animador e mostrou uma precisão superior a 99 por cento”, diz Marco Cacciabue, o segundo membro da dupla de desenvolvedores e membro da Universidade Nacional de Luján, bem como do Instituto de Agrobiotecnologia e Biologia Molecular (IABIMO, CONICET-INTA).

O INFINITy possui dois modelos, “FULL HA” e “HA1”, para permitir que os usuários classifiquem sequências do gene da proteína viral “hemaglutinina” (HA) ou sua região parcial HA1, já que ambas as regiões genômicas são amplamente utilizadas no mundo para epidemiologia e estudos de vigilância.

“Esta ferramenta pode ser muito útil para todas aquelas pessoas que trabalham na área de epidemiologia, virologia, biologia e trabalham em laboratórios e unidades sentinelas para o estudo dos vírus influenza”, diz Marcone, que também faz parte da Cátedra de Microbiologia, Parasitologia e Virologia da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidad Católica Argentina.

O desenvolvimento do INFINITy contou com o apoio da Agência Nacional de Promoção da Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Agência I+D+i).

Fontes:

Conicet

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