HIMSS Colômbia Executive Summit: Ferramentas digitais para materializar soluções

Coberturas PT Notícias

Ao longo do evento híbrido, realizado no dia 30 de novembro em Bogotá, diversos líderes compartilharam avanços e estudos sobre Big Data, gestão de recursos humanos e medicina ocupacional.

Por Rocío Maure

               Sem dúvida, o Big Data é uma das contribuições fundamentais da saúde digital. Em uma sessão, os oradores concordaram sobre a importância da utilização e interoperabilidade dos dados. “A contribuição mais importante das tecnologias 4.0 é a capacidade de processar e analisar grandes volumes de dados, dados não estruturados da administração pública. Graças a ferramentas como processamento de linguagem natural, aprendizagem profunda e nuvem, podemos pegar informações históricas e processá-las para encontrar padrões que nos permitirão ter análises preditivas no futuro”, explicou o Dr. Tito Lorenzo Lovo Carretero, Diretor Nacional de Atendimento e Processamento de Reclamações da Defensoria da Colômbia. O principal desafio da Defensoria é articular as informações nos diferentes níveis, por isso querem padronizar a coleta de dados e, por meio das tecnologias 4.0, quebrar os silos de informação da administração pública para encontrar dados mestres.

Desde o Instituto Nacional de Saúde (INS), a Dra. Alexandra López, Diretora do TICS, comemorou o uso da saúde digital para a vigilância epidemiológica em saúde. No INS são notificados mais de 115 eventos relevantes para a saúde pública com dados a nível nacional. “Trabalhamos com dados em tempo real, mas temos que melhorar o tempo de resposta, e é também aqui que a articulação com outras organizações desempenha um papel na decisão de como intervir em tempo útil, ou mesmo tomar decisões políticas de Estado”, explicou. Além disso, no início da sessão apresentou um exercício por meio de um cartão com um vídeo de realidade virtual entregue a cada participante, que incluía todas as atividades do INS. Esse cartão apresentava também, através de um código QR, uma aplicação de nutrição para combater a desnutrição em crianças e bebês. A inovação deste aplicativo é a imersão na cultura Wayúu, da região de Guajira, já que o INS busca gerar “soluções tangíveis onde se materialize o que uma população precisa”.

Na sua perspectiva de Líder da iniciativa do cluster farmacêutico da Câmara de Comércio de Bogotá, Miguel Ángel Bustos Uribe também destacou o valor da análise de dados, como os gerados pela câmara, para que os empresários possam conhecer as informações sobre o setor ao longo de toda a cadeia de valor: no desenvolvimento de medicamentos com dados de investigação clínica; produção local de medicamentos, dados de prescrição para fortalecer o portfólio; distribuição e marketing, farmacovigilância; e por fim, o varejista e distribuidor, que também fazem parte do sistema de saúde, as drogarias. Segundo explicou este representante, os dados abertos atualmente gerados pela câmara podem ser utilizados, por sua vez, no processo de internacionalização da indústria farmacêutica, dentro da política de reindustrialização do governo colombiano. “O objetivo é ver quais terapias estão sendo desenvolvidas para produzir medicamentos localmente, principalmente com vacinas. Graças à análise dos dados, podemos verificar que é uma indústria rentável e sustentável ao longo do tempo”, concluiu.

A importância do talento humano

Mais além dos dados e das tecnologias emergentes, os profissionais de saúde e os recursos humanos necessários para levar a cabo estas iniciativas não podem ser negligenciados. Portanto, a análise da educação digital em saúde também esteve presente durante o Executive Summit de HIMSS. Como referência e grande expoente deste tema, a Dra. Edilma Suárez Castro, Diretora de Desenvolvimento de Talento Humano do Setor Saúde do Ministério da Saúde e Proteção Social, enfatizou a escassez de talentos humanos e a insegurança laboral sofrida pelo setor de saúde. “Para avançarmos para um cuidado humanizado, devemos primeiro humanizar as condições de trabalho dos trabalhadores do setor da saúde”, sublinhou.

A especialista afirmou que, para que todo o sistema de saúde tenha um desempenho ideal, é necessário que os recursos humanos das organizações utilizem o máximo das suas capacidades profissionais e humanas; os graduados precisam ter habilidades para serem decisivos no atendimento aos pacientes. “Toda a formação está focada na alta complexidade, não na atenção primária, por isso há um déficit de especialidades médico-cirúrgicas”, ilustrou a Dra. Suárez Castro. Como exemplo, comentou a experiência peruana, onde existem bolsas para especialidades desertas. Da mesma forma, apelou à melhoria da qualidade das condições de trabalho para atrair e reter estes recursos nos lugares certos.

Desde o Ministério, consideram que a Política Nacional de Talento Humano é muito valiosa para o setor da saúde e alertam para a necessidade de ter um sistema de informação que permita monitorizar o mercado educativo, o mercado de trabalho e o mercado de serviços. Por outro lado, realizaram oficinas com participação regional para avaliar a situação em diferentes áreas do país. Durante a sua apresentação, a especialista em recursos humanos apresentou os resultados da disponibilidade de diferentes perfis profissionais em cada região do país. “Na Colômbia não faltam médicos, faltam profissionais de enfermagem”, concluiu e convidou os participantes a tomarem decisões estratégicas com base nestes dados.

O foco na medicina ocupacional

Os avanços nas tecnologias voltadas para este setor estão em expansão, portanto esta área se tornará cada vez mais relevante. Para aprofundar o tema, o Dr. Camilo Barrera, Diretor Científico da BrainCo Telemedicine moderou uma sessão e citou o impacto da privacidade nas ferramentas de acompanhamento e rastreamento. “Um exemplo específico são os capacetes de microssono, projetados para motoristas ou transportadores, que enviam um alerta caso o usuário esteja adormecendo. Mas, ao mesmo tempo, esta tecnologia também mede quando o usuário pára de trabalhar, ou vai ao banheiro, etc. Portanto, em alguns estudos de caso, os usuários não quiseram implementar a ferramenta.” Acrescentou que outras barreiras são a conectividade e a formação de pessoal humano, mas que graças à assistência remota, as seguradoras podem chegar a locais remotos e aproximar as ferramentas digitais.

Além da privacidade, outro obstáculo que as empresas têm hoje na implementação destas soluções é a acessibilidade, dado que têm um custo elevado. Para avaliá-los, a Dra. Patricia Castillo, Gerente da MEDT S.A.S, afirmou que a educação é fundamental e, para incluir essas tecnologias nas pequenas ou médias empresas, propôs que cada empresa invista nos dispositivos, seguida de uma centralização do monitoramento que reúna todas as pequenas empresas para reduzir o custo do pessoal que realiza esse monitoramento. Da mesma forma, apelou à aplicação de uma certa praticidade na norma, porque “as normas já existem, agora devemos definir como utilizar as tecnologias sem invadir a privacidade da pessoa”, acrescentou. Nessa linha, Roberto Arturo Sierra Manotas, Diretor da Corporação para o Desenvolvimento da Seguridade Social (CODESS), pediu “buscar soluções práticas, não se atolar em regulamentações”, e citou o exemplo do teletrabalho que fluiu durante a pandemia, mas depois ficou obstruído. Além disso, apelou à aproximação das PME de acordo com o setor, promovendo alianças e aproveitando os mecanismos existentes, como os sindicatos, para vinculá-las.

Por sua vez, a Dra. María Claudia Borda Gallón, Presidente da Sociedade Colombiana de Medicina do Trabalho, também apelou ao compromisso com a educação. “Enfrentamos vários desafios, como formar médicos que atuam em empresas para ajudar na implementação de tecnologias, treinamento em equipamentos de proteção individual (EPI) e conscientização. Essas novas tecnologias são ferramentas de diagnóstico de prevenção de lesões muito mais poderosas”, afirmou a representante. Na perspectiva do setor segurador, a Dra. Angela Carolina Romero Rojas, Médica do Trabalho do Projeto CORE/PO/Sinistros e Medicina Ocupacional da ARL SURA, explicou que os EPI são de responsabilidade dos empregadores e propôs promover a colaboração entre o setor privado e acadêmico para tornar essas tecnologias mais acessíveis.

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