O melhor da Saúde Digital 2022

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Um recorrido pelas publicações e eventos captados pelo E-Health Reporter Latin America nos devolve a imagem de uma locomotiva ganhando velocidade: a saúde digital na região.

Por Pablo Pereyra Murray

Os dois maiores países da Região apresentam avanços notáveis ​​em suas legislações, o que é fundamental para se aproximar do acesso equitativo da população a soluções de saúde de ótima qualidade; Enquanto a Câmara dos Deputados do México aguarda a aprovação da Lei de Saúde Digital, revisada e ampliada em sua quinta versão, o Senado brasileiro já fez o mesmo com o projeto que regulamenta a telessaúde mais além da pandemia.

Mas, como prova de que a tecnologia avança mais rápido que as regulamentações, iniciativas e empreendimentos de instituições de livre arbítrio fluem na América Latina, eventualmente apoiados pelos próprios países e pela OPAS, e inexoravelmente alavancados por empresas provedoras de telecomunicações e tecnologia digital.

Nesse sentido, observamos como o Uruguai continua marcando o rumo na região e dando exemplo com seu Registro Médico Nacional, desenvolvendo progressivamente sua capacidade interoperável e garantindo a informação nas mãos de seus legítimos proprietários.

Por sua vez, a Argentina licitará no próximo ano as redes 5G, já funcionais no Brasil e no Chile, com a promessa implícita de altíssimas velocidades e latências humanamente imperceptíveis. É no Brasil, justamente, que o ecossistema aberto de inovação tecnológica InovaHC, sediado na Universidade de São Paulo, gera uma enorme rede de interações e alianças públicas e privadas, resultando no Open Care, um sistema aberto altamente flexível que permite o uso das diferentes redes 5G privadas disponíveis.

Outra aliança interdisciplinar e multifacetada, desenvolvida no Centro Geropolis da Universidade de Valparaíso, é o Sistema Territorial de Saúde do Idoso, já aplicado na populosa comuna de Maipú em Santiago do Chile, que permite avaliar os determinantes sociais da saúde e focar as intervenções por geolocalização dos usuários.

As iniciativas de saúde digital por sua própria natureza não respeitam as hierarquias urbanas, e importantes pioneiros da Saúde Digital na América Latina surgem em regiões distantes das capitais, como Nuevo León, Chihuahua e Zacatecas no México, ou Neuquén, Misiones e La Pampa na Argentina .

Hospitais privados como o Sirio-Libanés de São Paulo, primeiro hospital totalmente digitalizado da América Latina, o Albert Einstein também em São Paulo, e o Instituto Cardiovascular da Colômbia, recentemente reconhecido por HIMSS com EMRAM nível 7, também se destacam nas suas evoluções digitais, reflexo da maturidade digital alcançada na adoção de modelos de prontuário eletrônico.

Da mesma forma, a transformação digital significa uma mudança de paradigma na educação de provedores de saúde, administradores e usuários e já são reconhecidas instituições educacionais pioneiras na América Latina, como o Hospital Italiano de Buenos Aires com seus cursos de pós-graduação em Saúde Digital ou a Faculdade de Medicina da UNAM, no México, com duas disciplinas de bioinformática na graduação.

A própria UNAM destaca a necessidade urgente de definir e compartilhar o perfil de habilidades dos professores de saúde digital, bem como a medição das habilidades digitais dos atuais provedores de saúde digital. Sem falar na necessidade de alfabetização digital dos usuários finais…

Além da OPAS e da OMS, várias instituições de países mais favorecidos que o nosso participam do desenvolvimento de nossas capacidades de Saúde Digital, por exemplo, a Universidade de Oslo, fornecedora de Bens Digitais para Uso Público, como o caso da plataforma DHIS2.

O sonho da saúde digital interoperável entre os países da região já foi semeado no plano estratégico da OPAS 2014-2019, incluindo a saúde digital inclusiva como um dos oito princípios orientadores. Mas, obviamente, cada país deve primeiro ser interoperável por si só, e como o  New England Journal of Medicine colocou em perspectiva, em uma nota de D. Blumenthal, «um país avançado em saúde digital como os EUA pode encontrar sérios obstáculos para a interoperabilidade do sistema».

Fechando 2022, ficamos com uma referência desafiadora de Marcelo Carrascal, da Patagônia Argentina: “o futuro da Saúde Digital é baseado no pensamento autenticamente digital, em oposição à proposta anacrônica e da moda, que é a transformação digital”.

Fontes:

https://ehealthreporter.com/himss-mexico-la-salud-digital-es-la-solucion-y-la-guia-para-el-diseno-de-nuevas-intervenciones-de-salud/

https://ehealthreporter.com/el-senado-brasileno-aprueba-el-reglamento-de-teleconsulta/

https://ehealthreporter.com/5g-para-democratizar-la-salud/

https://www.youtube.com/watch?v=SsmSyPvrKYI

https://ehealthreporter.com/?s=salud+digital+democratizar+la+salud+

HIMSS LATAM 21. Success Case Amazon. Melissa Ravanini, AWS Brasil

https://ehealthreporter.com/panorama-transformacion-digital-en-los-hospitales-brasilenos/

 https://ehealthreporter.com/himss/fcv-de-colombia-recibe-el-emram-7-de-himss/

https://racsel.org/CONECTATON/

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp2213873

https://www.youtube.com/watch?v=SsmSyPvrKYI

https://geropolis.uv.cl/investigacion/sistam

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