Hospital Albert Einstein, o desafio de manter o maior índice de qualidade da América Latina

HIMSS Latin America

Por Rocío Mellas

Mitzvá, Refuá, Chinuch e Tsedaká foram os preceitos judaicos que motivaram médicos da comunidade judaica a fundar, na década de 50, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Alguns anos depois, em 1971, construíram um hospital com o objetivo de oferecer excelência de qualidade no âmbito da saúde, da geração do conhecimento e da responsabilidade social.

Hoje em dia esse centro assistencial chama-se Hospital Israelita Albert Einstein, lidera o ranking latino-americano de prestígio, qualidade e segurança em instituições sanitárias, e está acreditado por Joint Commission International, College of American Pathologists, American College of Radiology, American Association of Blood Banks, Magnet American Nurse Credentialing Center (em processo), e Planetree. 

Entender como chegou a posicionar-se como a melhor instituição latino-americana implica entender os conceitos que motivaram sua fundação: Mitzvá, Refuá, Chinuch e Tsedaká – ou seja, Boas Ações, Saúde, Educação e Justiça Social-. 

“Albert Einstein é um hospital extremadamente inovador com relação à qualidade e avanços”, afirma o Dr. Claudio Lottenberg, presidente da instituição. Então, qual é o papel da eHealth nesse ambiente?

Valeria Pinheiro de Souza é CMIO (Chief Medical Information Officer) do hospital, lidera a implantação do prontuário eletrônico, e durante a Conferência HIMSS Latin America, será speaker da palestra “Um guia para assegurar que o sistema de informação em saúde considera as necessidades de clínicos e os aspectos exclusivos de cada organização”. 

“A presença de uma área específica para o relacionamento entre a TI e a área assistencial é fundamental; são profissionais que têm formação assistencial e afinidade pela tecnologia facilitando e agilizando as discussões”, relata Pinheiro de Souza. E acrescenta: “Para que haja um maior aproveitamento do sistema e que os resultados sejam alcançados, quanto mais madura a instituição for em relação a seus processos e padrões de boas práticas, maior a chance de sucesso”.

Os projetos de telemedicina e prontuário eletrônico refletem parte do esforço da equipe de profissionais TI do Albert Einstein. Neste sentido, a CMIO do hospital explica em que instância do processo de implementação do PEP se encontram: “Estamos na fase de discussão dos fluxos propostos pelo sistema o que exige envolvimento e agilidade. As principais preocupações são vencer todas as etapas com qualidade e em tempo hábil para que o sistema possa ser desenvolvido da melhor forma”.

Por sua parte, o Hospital Albert Einstein está presente em várias regiões de São Paulo, conta com dez unidades de atendimento e funciona com uma parceria público-privada. Segundo comenta Valeria Pinheiro de Souza, o investimento que realizam constantemente para a implantação de ferramentas e soluções TI é muito forte, por isso necessitam garantir o ROI.

“Para calcular ao ROI existem controvérsias, pois são utilizados ganhos tangíveis e os intangíveis. No caso dos intangíveis, normalmente são em maior número, pois muitas vezes não são mensurados antes da implantação, por isso não podem ser considerados como métrica pos golive. Em alguns casos não se alcança o ROI por esse motivo, o que não inviabiliza a implementação, pois os ganhos qualitativos podem justificar o projeto”, afirma.

Por último, a CMIO do hospital com maior índice de qualidade da América Latina (95,85%) reflete sobre os desafios que o Albert Einstein tem para manter sua posição atual: “O Einsten realmente tem as principais certificações internacionais em qualidade e outras em diversas áreas, acredito que vamos reduzir o esforço para mantê-las e controlar nossas métricas, acredito que poderemos fazer uma implementação bem feita e assim alcançar certificações que são diretamente relacionadas a TI, mas que refletem qualidade como HIMSS Nível 7”. 

No Hospital Albert Einstein há tecnologia, há gestão de conhecimento, há profissionais, há infraestrutura, há responsabilidade social e há quatro missões herdadas: Mitzvá, Refuá, Chinuch e Tsedaká.

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