A Comunidade de Madrid inicia um projeto piloto pioneiro de reabilitação em grupo usando tecnologia 5G e realidade virtual no hospital público La Princesa, voltado para pacientes com esclerose múltipla.
Esta iniciativa de saúde pública de Madrid é o prolongamento de um ensaio clínico realizado em 2019 pelos serviços de Medicina Física e Reabilitação e Neurologia do hospital, onde este tipo de técnica foi incluída com resultados muito satisfatórios.
A incorporação desse avanço nesta nova fase do estudo permite que os pacientes participem de suas casas em uma sessão em grupo. Para isso, eles contam com óculos com 5G com os quais acessam diferentes salas virtuais onde podem fazer seu programa junto com outros pacientes com exercícios colaborativos. A atividade é aplicada sob a direção e supervisão de um fisioterapeuta do centro com formação especializada, que permanece conectado remotamente para prestar apoio durante as sessões.
O protocolo de exercícios foi elaborado por uma equipe multidisciplinar liderada pelas médicas Aránzazu Vázquez Doce, médica de reabilitação, e Virginia Meca, neurologista. Incluído nas salas está um jogo de aventura ambientado em um mundo medieval que transforma a restauração física em uma terapia inovadora, social e motivadora que, quando usada em grupo, aumenta a adesão ao tratamento.
A aplicação prática com pacientes será realizada nos próximos meses para que, uma vez finalizada, as impressões sobre essa nova forma de terapia reabilitativa possam ser avaliadas e coletadas.
O Hospital Universitário Público La Princesa está desenvolvendo este projeto com a Telefónica Espanha, que implantou toda a tecnologia disponível para facilitar o acesso multiusuário e implementar exercícios que exigem coordenação entre eles, como pegar um objeto virtual e entregá-lo a outro. Também forneceu conectividade 5G ao centro, para que haja banda larga suficiente para vários usuários interagirem ao mesmo tempo. O projeto através de Red.es é cofinanciado com fundos do FEDER.
Estima-se que a esclerose múltipla afete 47.000 pessoas entre 20 e 40 anos na Espanha, sendo a principal causa de incapacidade não traumática em jovens. É uma patologia progressiva e incapacitante, em que 75% deles apresentarão déficits funcionais com dificuldades motoras e fadiga ao longo da vida, e entre 40 e 70% manifestarão alterações cognitivas, como distúrbios da velocidade de processamento, atenção ou habilidade executiva, entre outros sintomas.
Todas essas condições têm um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e têm consequências psicológicas, sociais e físicas negativas. Nesse contexto, a reabilitação desempenha um papel fundamental no controle dos sintomas, minimizando seu impacto e retardando sua progressão. Dessa forma, melhora a qualidade de vida dos pacientes, bem como sua funcionalidade.
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